24/10/2012

A família material

A família é vista à luz da Constituição, como um dos pilares fundamentais da sociedade. No entanto, a evolução dos tempos tem trazido novos paradigmas relativamente ao seu papel e às novas figuras pelas quais se vão desenhando as famílias actualmente.
Analisando agora separadamente a questão da visão da família aos nossos olhos, somos muitas vezes confrontados com um dogma que é cada vez mais dificilmente aceite, que consiste no facto de termos de aceitar a nossa família tal como ela se nos apresenta e interage connosco. Na verdade, muitos dirão que os amigos podemos escolhê-los, mas a família é o que é e pronto, aprecie-se ou não. 
Sobre a questão da família material, os membros de uma família juntam-se sob o signo da simpatia espiritual entre eles, isto significa que a essência de uma família encontra-se como que determinada num processo de evolução de cada um dos membros que a compõem. Todos são úteis a todos e nenhum isoladamente evolui sem a interacção com os restantes. Sejam em condições de provações, de missão ou de evolução simpática, todos os membros da família possuem um papel determinante na formação da mesma. Na verdade, existem também nas famílias, alguns membros que poderão ser vistos aos nossos olhos como que outsiders, elementos estranhos ou até não simpáticos. Este facto deve-se a uma missão ou provação dos mesmos, integrando-se num meio familiar que lhes é alheio mas que lhes serve de meio de progresso a vários níveis, sendo este elemento normalmente menos evoluído moral e espiritualmente que os restantes. Em algumas situações, também se poderá dar o contrário, podendo este ser mais evoluído e dessa forma contribuir para a evolução dos restantes. 
Como a sociedade não consegue evoluir como um todo, o processo evolutivo do indivíduo faz-se através da sua interacção num meio mais pequeno, numa família, onde aí consegue fazer a diferença, contribuindo no seu melhoramento e nos demais à sua volta. 

16/10/2012

Viver na crise...

Uma crise pode ser sempre de várias ordens e alimentada sob os mais simples ou complexos pretextos. O ser humano não sabe lidar com as crises, não faz parte da sua condição essencial, pois todos nascemos com o desejo intrínseco de prosperar nas mais diversas áreas da vida. Regredir não faz parte dos desígnios das leis de Deus do ponto de vista moral e espiritual, mas também o empobrecimento material não o é. 
Os homens, entregues às leis dos homens, não podem esperar mais do que a ilusão de um mundo melhor, pois os estados evolutivos nos campos morais e espirituais de cada um, são completamente diferentes. A escala e dimensão dos valores direccionados para o bem comum, vão muitas vezes diminuindo à medida que aumenta a ligação do homem à matéria e aos bens materiais, assim também o homem se afasta de Deus e dos seus desígnios  O homem, não precisa de religiões, credos ou algum tipo particular de fé para realizar as obras maiores de Deus, pois no fundo estas resumem-se muito facilmente: Amar o próximo tal como a si mesmo e fazer aos outros o que gostaríamos que nos fosse feito a nós.
Muitos homens só se amam a si mesmos, talvez porque a sua ignorância é demasiado grande no que respeita a sua real condição no universo. A vida não é este momento e não é somente esta existência, a vida possui uma amplitude que vai muito para lá do entendimento do homem materialista. Este um dia conhecerá, por si, a verdade sobre si mesmo.
As crises acabam sempre por ter um lado positivo, talvez o único considerando isoladamente o ser humano, porque é nas crises que o homem acaba por ter uma visão mais clara e ampla de si mesmo, tanto pelo seu pensamento, como pela sua vontade, se apercebe que a sua existência extravasa muito a sua simples condição corpórea.    
Nós somos mais do que aquilo que se vê, precisamos dos outros para evoluirmos e irmos completando degrau a degrau a nossa caminhada de evolução moral e espiritual. Através das nossas acções vamos completando o ciclo da nossa existência actual e futuras.... 
A sementeira é livre, mas a colheita é obrigatória!
Viver na crise não é materialmente fácil, mas é claramente um atalho que pode ser bem aproveitado para evoluir moralmente e reconhecer o outro, como seu semelhante. A vida trás-nos sempre grandes lições, quando por nós próprios, não conseguimos entendê-la devidamente....Aprendamos.


07/10/2012

Medo do presente

Todos temos medo de alguma coisa, o medo faz parte da nossa condição humana, pois a partir do momento que desconhecemos ou somos ignorantes por vontade própria sobre algo, protege-mo-nos  atrás da capa do medo.
A ignorância é um flagelo para nós, que muitas vezes nos devasta nos mais intimo de nós próprios, pois desconhecer é sinónimo de impedimento de avanço e de progresso a nível pessoal ou colectivo.
Pensar demasiado no futuro desconhecido é um erro que muitos de nós cometemos e através desse erro, limitamos a nossa visão e vivência do presente. Todos nós fomos abençoados com o dom da vida e do amor próprio, se bem que muitos vivem ignorando esses factos, perpetuando a sua existência na contínua infelicidade de um presente infeliz por culpa própria. A renovação interior é um passo crucial e fundamental nas nossas existências, aceitar-mo-nos tal como somos e viver a vida que escolhemos ou que nós mesmos procurámos. Para viver o presente de uma forma mais feliz, é importante, vivê-lo em primeiro lugar dentro de nós próprios, através da expansão do nosso amor próprio e posteriormente, amar o próximo como gostaríamos de ser amados.
Não é necessário encontrar um lugar numa qualquer religião ou doutrina, somente é necessário aceitar a sua existência como algo que ultrapassa a sua condição física, entrando assim nos domínios da espiritualidade. É aqui que o ser humano adquire plena consciência de si mesmo e adquire uma nova visão tanto de si, como do mundo que o rodeia. Crescer espiritualmente, é sinónimo de crescimento pessoal interior que se manifestará rapidamente para o exterior. 
O medo do presente, advém de uma impreparação do individuo no conhecimento pleno de si mesmo e da vida. Não vale a pena pensar no futuro, pois é no presente que reside a chave da maioria dos problemas. E a chave é a consciência espiritual de si mesmo.