27/06/2014

Julgamento sumário

"Estamos habituados a julgar os outros por nós próprios, e se os absolvemos complacentemente dos nossos defeitos, condena-mo-los com severidade por não terem as nossas qualidades."

Esta frase de Honoré de Balzac, expressa de uma forma simples o modo de actuação do Homem nas relações entre si. O julgamento rápido e sumário, é uma das maiores demonstrações de falta de Amor-próprio e Amor ao próximo que se pode expressar. 
Uma das realidades dos nossos tempos, é manifestamente a falta de Amor que existe entre os Homens. Essa crua realidade, expressa-se nas coisas mais imponentes e grandiosas, como nos mais pequenos actos do dia-a-dia. O desrespeito pelo ser humano, é total e quase completo. Do ponto de vista moral, as alterações comportamentais associadas ao não julgamento próprio sobre o certo e errado, são cada vez mais uma constante. O Homem tem vindo a rebater a sua consciência, ignorando-a e relegando-a para uma condição de fonte julgadora que não o deverá de atingir de forma nenhuma. Do ponto de vista espiritual, a condição materialista da humanidade, relega-a para segundos planos mantendo exclusivamente a preocupação no momento presente cheio de alegrias fúteis e bases de felicidade assentes em pés de barro. 
O Homem tem vindo a fugir da Fonte da Vida e da verdadeira Felicidade: o Amor.
A não expressão de Amor, seja a si como ao próximo, relega o Homem para uma existência vazia, fútil e muito infeliz. Mais uma vida "perdida"...
Antes de julgar os outros, o Homem deveria de julgar-se a si mesmo, considerando não um qualquer manual de Leis doutrinárias humanas, mas sim uma única lei: a Lei do Amor.

E esta lei resume-se da seguinte forma: "Fazer aos outros aquilo que gostaríamos que nos fosse feito"

07/06/2014

Os sonhos

O poeta Fernando Pessoa já dizia um dia que: "Deus quer, o Homem sonha e a obra nasce". 
Ora esta relação transversal entre as esferas espiritualistas e materialistas da vida não deixa de ser interessante, considerando que a obra só pode nascer do pensamento e o pensamento muitas vezes encontra as suas bases no sonho.
Falar sobre os sonhos, remete para uma análise bicéfala entre a espiritualidade e a ciência, pois se do ponto de vista da ciência os sonhos são gerados no inconsciente, fruto das vivências diárias e rebuscadas durante os períodos de sono, do ponto de vista espiritual, os sonhos vão muito além desta teoria.
Durante o sono, o espírito emancipa-se, liberta-se dos laços físicos do corpo momentaneamente (nunca se desligando dele! pois isso originaria a sua morte). A liberdade auferida nesses momentos é muito grande, e normalmente o espírito procura as suas afinidades e perscruta o seu passado. Por vezes, Deus concede que o espírito seja avisado sobre acontecimentos futuros (premonições), mas somente se forem para o seu Bem e úteis à sua evolução.
Regra geral, possuímos alguma dificuldade em recordar-mo-nos dos sonhos e isto acontece porque o espírito não recebe as informações, sentimentos e emoções pelos orgãos do corpo, logo dessa forma torna-se difícil ficarem registados e guardados, tal como guardamos emoções vividas ou odores, por exemplo. Se não vimos ou sentimos algo, será difícil compreender do que se trata realmente. 
O cansaço muitas vezes sentido depois de uma noite de sono, é fruto da ligação permanente que o espírito possui com o corpo (laço fluídico) e por esse facto, as experiências e actividades do espírito são também sentidas pelo corpo, levando ao cansaço do mesmo.
Sobre as interpretações dos sonhos, é importante compreender que os sonhos não são verdadeiros para o corpo, somente para o espírito, por isso sonhamos tantas vezes com coisas que desconhecemos, pessoas que nunca vimos e acontecimentos que nunca vivemos, por exemplo.