25/03/2013

Anjos e Demónios

Desde a mais remota antiguidade, que o Homem "criou" seres sobrenaturais divinos com filosofias e propósitos existenciais muito distintos; uns virados ao Bem, outros ao Mal.
Os anjos e os demónios, do latim Angelus e daemonium, são seres de características sobre-humanas com "poderes" especiais que podem influenciar positiva ou negativamente a existência dos homens encarnados.
Na realidade, os anjos e os demónios não passam de homens tais como nós, que atingiram graus diferentes de evolução moral e espiritual. As histórias fantasiosas de monstros, seres demoníacos, foram sempre bons meios de persuasão que muitas religiões encontraram para "motivar" os seus fiéis nos seus propósito e dogmas de fé. 
Toda a alma, nasce simples e ignorante. Deus concede-lhe não a experiência e conhecimento, mas sim todos os meios necessários para que cada um possa adquirir e progredir na escala evolutiva a que todos estão "condenados" a seguir, até chegar à perfeição. A evolução faz-se somente por um único processo: através do mérito próprio. Através da aquisição de conhecimento e valores morais elevados e consubstanciados numa prática constante no Bem e no Amor. 
Os anjos e os Demónios, não são mais do que seres espirituais quase "imaginários" que são relegados a valores divinos conforme o seu estado evolutivo. Isto é, os anjos foram um dia homens como nós, que à custa do seu esforço de aperfeiçoamento nem sempre pelos meios mais fáceis, atingiram um grau muito elevado em termos de moralidade, intelectualidade e espiritualidade, dedicando-se agora a ajudar a humanidade a progredir segundo os desígnios maiores do amor de Deus. 
Por outro lado, os chamados demónios, não são mais do que aqueles que continuamente fogem do amor de Deus e da luz divina, não querendo entregar os seus corações ao Bem e ao Amor a si mesmo e ao próximo. Estas almas perdidas, continuarão sempre próximas de todos aqueles que, tal como eles, não abrem os seus corações a Deus, aceitando-o e trabalhando para a sua própria evolução moral, com a fé e a esperança que Deus nos dá a todos. 

11/03/2013

A Psicografia e a vida

Do Grego, psicografia significa a escrita da alma, sendo um processo de comunicação involuntário e alheio às linhas de pensamento de quem escreve, normalmente pela mão de algumas pessoas que possuem esta faculdade suficientemente desenvolvida.
Através da psicografia, estabelece-se um canal com fluxos de informação que praticamente em 100% dos casos, a documentação escrita está fora do alcance de compreensão e entendimento do escrevente, atribuindo-se assim esse conhecimento a alguém cuja presença não se encontre no plano físico e visível ao olho humano. Desde sempre persistiu o desejo do homem poder comunicar-se com quem já partira para o outro plano da vida. No século XVIX, já em plena cidade da Luz, Paris, se faziam as reuniões de comunicação com o plano espiritual, através do processo das mesas girantes e das batidas na mesa. Dos processos mais rudimentares, foi-se evoluindo para a escrita que permitia um débito muito maior de informação, com um maior nível de qualidade. 
O médium psicografo que mais granjeou e trabalho em prol da comunidade, foi o Francisco Cândido Xavier, que psicografou mais de 458 livros e também mais de 10.000 cartas "dos familiares do Além". Este homem, provou ao mundo que a vida continua, somente que noutro plano diferente do nosso actual, mas sobretudo que é possível saber e obter informações de quem já partiu. Pois mais do quem fica, a saudade é também carregada no íntimo de quem partiu e como tal, também estes desejam provar a sua "permanência" em vida. As provas e evidências foram mais que muitas e não deixam rasto de dúvida, mesmo ao mais céptico.
O pesquisador da Universidade de Londres, Carlos Augusto Perandréa, estudou cerca de 400 cartas psicografadas por Francisco Cândido Chico Xavier, utilizando as mesmas técnicas com que avalia assinaturas para bancospolícias e o Poder Judiciário, a grafoscopia. Perandréa comparou a letra padrão dos indivíduos antes da morte e depois nas cartas psicografadas, chegando à conclusão de que todas as psicografias que estudou possuem autenticidade gráfica dos referidos falecidos. 
A questão não é a prova daquilo que o ser humano é capaz de realizar, independentemente dos meios, pela escrita ou pela intuição, todos os meios são úteis para contribuir para nossa evolução. Pois se nada acaba aqui, se as provas disso mesmo existem, porquê preocupar-mo-nos com o que "fica" e o que deixamos para trás?
Porque não nos preocuparmos com o momento presente construindo as bases da nossa felicidade interior no "futuro"? 

09/03/2013

O Homem que já lá não está...

Quando se procura longe de si mesmo, os verdadeiros motivos de uma existência no presente incompreendida, o Homem inicia uma longa viagem longe do conforto das ideias estereotipadas e construídas ao longo da vida. Julgando-se num caminho de felicidade, construindo uma evolução baseada no materialismo de um momento, o Homem vai-se esquecendo da sua essência e principais definições basilares da sua existência. Uma paragem nesse processo, leva à dúvida, ao desconforto da incompreensão, da falta de visão de um futuro cujas bases do passado foram sendo construídas nem sempre na direcção da Felicidade duradoura. Estados de desespero, ansiedade e alienação, são a título de exemplo a constatação que a existência do Homem não se resume à sua filosofia de pensamento, mas sim ao resultado prático das suas acções como Ser individual vivendo num colectivo vincadamente heterogéneo.
A janela da vida vai lentamente fechando o ângulo de visão à medida que o Homem envelhece, ou quando antes disso, toma consciência de si mesmo. A tomada de consciência individual, ampla e pragmática daquilo que foi ou é, a sua vida no presente, marca o momento de modificação do futuro, pois são esses momentos que muitas vezes se transformam em depressões, que alteram o rumo de uma existência. Para melhor, ou muitas vezes para pior...
Acreditar sem questionar, não é sem dúvida uma tomada de consciência útil ao progresso e evolução individual do Homem. Viver, sem realmente usufruir da aprendizagem diária nas lições de uma nova existência, é claramente perder as oportunidades concedidas de evoluir e crescer. Viver olhando através da pequena janela da nossa vida, é eliminar a beleza de uma paisagem por onde vamos passando a cada dia que passa, tal como o comboio que rasga os campos floridos das paisagens provincianas.  
Todos somos os Homens que já lá não estão, pois poucos conseguem abrir suficientemente os olhos da mente e do coração de forma a conseguirem "ver" a sua vida num plano mais elevado e profícuo para o seu processo evolutivo. As dores do "crescimento", são e serão cada vez mais "pesadas" e dolorosas, para quem a vida não tem mais do que o sentido do momento presente vivido no materialismo, fora de uma realidade que teima em não querer ver...no fundo, fora de si mesmo.
O Homem mudou ao longo da História, tal como o mundo. Cada vez, mais o mundo continuará a mudar para todo aquele que ainda não está lá...