09/03/2013

O Homem que já lá não está...

Quando se procura longe de si mesmo, os verdadeiros motivos de uma existência no presente incompreendida, o Homem inicia uma longa viagem longe do conforto das ideias estereotipadas e construídas ao longo da vida. Julgando-se num caminho de felicidade, construindo uma evolução baseada no materialismo de um momento, o Homem vai-se esquecendo da sua essência e principais definições basilares da sua existência. Uma paragem nesse processo, leva à dúvida, ao desconforto da incompreensão, da falta de visão de um futuro cujas bases do passado foram sendo construídas nem sempre na direcção da Felicidade duradoura. Estados de desespero, ansiedade e alienação, são a título de exemplo a constatação que a existência do Homem não se resume à sua filosofia de pensamento, mas sim ao resultado prático das suas acções como Ser individual vivendo num colectivo vincadamente heterogéneo.
A janela da vida vai lentamente fechando o ângulo de visão à medida que o Homem envelhece, ou quando antes disso, toma consciência de si mesmo. A tomada de consciência individual, ampla e pragmática daquilo que foi ou é, a sua vida no presente, marca o momento de modificação do futuro, pois são esses momentos que muitas vezes se transformam em depressões, que alteram o rumo de uma existência. Para melhor, ou muitas vezes para pior...
Acreditar sem questionar, não é sem dúvida uma tomada de consciência útil ao progresso e evolução individual do Homem. Viver, sem realmente usufruir da aprendizagem diária nas lições de uma nova existência, é claramente perder as oportunidades concedidas de evoluir e crescer. Viver olhando através da pequena janela da nossa vida, é eliminar a beleza de uma paisagem por onde vamos passando a cada dia que passa, tal como o comboio que rasga os campos floridos das paisagens provincianas.  
Todos somos os Homens que já lá não estão, pois poucos conseguem abrir suficientemente os olhos da mente e do coração de forma a conseguirem "ver" a sua vida num plano mais elevado e profícuo para o seu processo evolutivo. As dores do "crescimento", são e serão cada vez mais "pesadas" e dolorosas, para quem a vida não tem mais do que o sentido do momento presente vivido no materialismo, fora de uma realidade que teima em não querer ver...no fundo, fora de si mesmo.
O Homem mudou ao longo da História, tal como o mundo. Cada vez, mais o mundo continuará a mudar para todo aquele que ainda não está lá...

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