17/02/2012

As aparências - I

Vivemos, ou talvez tenha sido desde sempre assim, num mundo cuja complexidade ao nível dos relacionamentos em sociedade, não deixa de ser deveras complexa e muito difícil de entender.
Desde que o dinheiro foi criado, como moeda de troca por bens ou serviços, o desenvolvimento das sociedades modernas foi evoluindo no sentido do endeusamento do dinheiro com uma das bases dos sistemas inter-relacionais dos povos, tornando-o base de conflitos sejam entre povos como em nós próprios.
Actualmente, vive-se na ilusão criada por factores externos à nossa real existência, vive-se num mundo de ilusões, rodeados da insubstancial condição humana baseada nas aparências. Ambiciona-se pelo que não se tem e inveja-se o que os outros possuem, materialmente falando.
A realidade, esta é dura e difícil de aceitar e por isso muitas pessoas refugiam-se atrás de aparências materiais que nada tem de verdadeiramente importante. O ser humano, não é de todo só a parte visível, isto é o corpo, mas sim um complexo sistema corpóreo e não corpóreo, sendo que os universos contidos na parte não corpórea são substancialmente mais importante e relevantes para o ser humano que a parte visível do seu ser.
A alma ou o espírito é imortal, contrariamente ao corpo. E a verdadeira condição que nos assiste é esta mesma condição, de sermos espíritos imortais que de tempos a tempos encarnamos num corpo material. Este processo serve somente para a contribuição estruturada do nosso desenvolvimento como seres únicos, dado que no elemento espiritual não é possível efectivar-se esse desenvolvimento somente sendo possível no mundo terreno (corpóreo) num contexto de inter-acção em sociedade e de desenvolvimento intra-pessoal.
As aparências rapidamente caem quando expostas às verdades, sejam estas divinas ou inter-relacionais entre as pessoas. Não é fácil manter a máscara da aparência, pois as pessoas são aquilo que os seus espíritos são no contexto directo do seu desenvolvimento moral e intelectual, e como tal, facilmente se destroem as aparências mal sustentadas pela manifestação de bases mal estruturadas de um espírito deficientemente desenvolvido.
Pior que as aparências materiais, são as de ordem moral. Pois estas rebatem directamente na consciência de cada um, e o “inferno pessoal” estando alojado na consciência individual torna a existência tormentosa e difícil, levando à perda de valores e no final à perda do espírito nas sombras do sofrimento. 



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