26/09/2012

E se não encontrar o meu "céu"?

Nem todos chegarão ao seu "céu" um dia, mas também poderão necessariamente não viver o seu "inferno". Então para onde irão?

Existe uma região abstracta entre o "céu" e o "inferno" para onde irão temporariamente todos quanto ainda não se encontram suficientemente purificados e também cuja essência não justifica uma vivência sofredora no plano moral do "inferno". Essa região é muitas vezes designada como "purgatório" ou "umbral".
Tal como o "céu", o "inferno" ou o "umbral", não são regiões físicas ou metafísicas, mas sim um estado de condição ou dimensão existencial. No fundo pode ser caracterizada como uma dimensão que se encontra entre os planos Material (Inferno) e Espiritual (Céu) e é como que uma porta de entrada para um ou outro plano, conforme a essência e evolução de cada um. 
Como todo o espírito tem como missão a sua evolução moral, intelectual e espiritual, uma passagem por esta dimensão reflectirá sempre a sua ainda frágil condição evolutiva estando ainda demasiado ligado à materialidade e valores terrenos e menos à condição espiritual. Apesar de ser um estado transitório, não é de todo uma viviência aprazível para os espíritos que lá se encontram, pois estando ainda ligados a frequências vibratórias inferiores, são constantemente sujeitos a índices elevados de sofrimento e amargura devido à carga emocional trazida das suas vivências físicas e terrenas. Muitas vezes, são constantes os momentos de culpabilização e auto flagelação emocional devido aos actos previamente praticados e cuja essência menos positiva foi agora tomada em plena consciência.
A passagem por esta dimensão, pode ser tanto o quanto breve consoante a vontade própria do espírito em adoptar e aceitar em si os valores máximos do Amor Divino. Também mediante o estado evolutivo de cada um, a passagem pelo "umbral" pode ser meramente uma passagem muito curta para a entrada do nosso "céu".
A máxima terrena do "cá se fazem, cá se pagam!", não é de todo verdade. A realidade é que nada fica por acertar ou pagar entre nós e os outros, pois todas as nossas acções são respondidas a seu tempo com as respectivas reacções. Mas  estas acções menos boas, poderão não ser necessariamente pagas na condição física (encarnado), podendo sim remeter o espírito para longos períodos do indefinido tempo no "umbral" ou no "inferno"... sofrendo moralmente por tudo o que de menos bom fez na vida.

25/09/2012

A Mediunidade

Desde os tempos mais remotos que existe uma linha muito ténue que o homem sempre quis ultrapassar: comunicar-se com aqueles que já partiram.

A mediunidade é uma faculdade humana que permite estabelecer a comunicação entre o nosso plano físico e o plano espiritual, isto é, permite uma comunicabilidade entre nós e os espíritos. Todos nós somos possuidores desta faculdade, sendo que, dependendo do grau evolutivo de cada um, esta pode estar mais ou menos desenvolvida. Desde há muito que existe e se estuda as comunicações entre os espíritos e nós, sendo que as provas são desde há muito documentadas e relatadas desde os povos mais antigos. Um exercício muito simples pode ser o facto de muitas vezes estarmos sós, mas de alguma forma nos sentimos observados, ou  que temos o sentimento que está lá alguém mais do que nós, sem contudo vermos alguém.
A crença na continuidade da vida depois da morte, vem não só relatada na bíblia, como também em diversos estudos científicos que comprovaram que mesmo depois de mortos, muitas pessoas conseguiam provar a sua "existência" noutro plano que não o nosso físico e material.
As interacções entre o plano material (nosso) e o espiritual, são constantes e quase permanentes. Muitas vezes damos por nós a ter ideias que apareceram do nada, ou  visões de algo que se irá passar no futuro próximo, ou sentir-mo-nos tocados por algo invisível, ou por exemplo que através da escrita nos expressamos de uma forma completamente diferente do que habitualmente falamos. Isto só para dar alguns exemplos, pois a mediunidade tem inúmeras formas de se expressar.
Por muito materialistas que possamos ser, sempre teremos o sentimento que não estamos sós e que algo existe para lá da nossa condição física e material. 
Às pessoas que possuem uma mediunidade mais desenvolvida, são chamados de médiuns e é através destes que se realizam os processos de comunicação entre os dois planos.


Entre o céu e o inferno

Dentro de nós, existem dois mundos distintos. As religiões definiram-nos como um sendo o céu e o outro o inferno, sendo que num vive-se a plenitude da felicidade e no outro as amarguras do sofrimento. Seja num ou noutro, aprendemos a crescer e a viver definindo a nossa actuação na vida entre estes dois mundos tão distintos. Consoante as nossas acções na terra, vamos enquadrando a nossa condição espiritual, no bem ou no mal e assim definindo a nossa posição no nosso "céu" ou no nosso "inferno".
Na realidade, estes mundos não existem em nenhum plano físico ou metafísico, somente existem e continuarão sempre a existir dentro de nós. Seja na condição de encarnado ou desencarnado, todos temos direito à experimentação destes dois mundos e segundo a essência de cada um, se poderá evoluir de um para o outro. O processo evolutivo do ser humano faz-se através da passagem por diversas etapas na sua vida e segundo as mais básicas leis, como por exemplo as da Causa-Efeito ou da Reencarnação, o homem vai construindo aquilo que será o seu momento de vivência. 
Quem dentro de si viver e se encontrar no obscuro mundo do "inferno", só terá possibilidade de lá sair quando no seu coração aceitar os maiores desígnios dos sentimentos puros do Amor e de Deus. Pois todo o homem tem direito ao perdão e resignando-se das suas faltas, será alvo de uma reconversão para o bem e consequentemente para o plano do "céu". 
O "céu" só existe dentro de quem aceita para si os elevados valores da vida e do amor, tanto para si como para o próximo. Só encontra o céu quem faz ao próximo aquilo que gostaria que lhe fosse feito a si, no plano do bem, obviamente. 
Através da lei da Causa-Efeito, toda a nossa acção é revestida de um efeito que a nós retorna em igual ou maior proporção e segundo a mesma essência com que foi praticada. Sendo que para se chegar ao "céu", somente através das boas acções é possível a conquista  da felicidade plena e absoluta.
A reencarnação, serve numa lógica temporal maior e indefinida, para que cada um de nós tenha a possibilidade de se encontrar e acertar com quem de alguma forma prejudicou e não trouxe o amor devido.  

20/09/2012

Uma visão deturpada

Quantas vezes os nossos olhos não conseguem ver o quadro da nossa vida de uma forma clara e límpida?

A visão deturpada fruto de uma evolução marcada pela construção permanente de uma felicidade assente em bases pouco sólidas, muitas vezes demasiado materialistas e raras vezes alicerçada noutros aspectos fundamentais à sã coexistência humana e sobretudo connosco próprios, faz com que vejamos a nossa vida como uma amálgama de momentos que consideramos tristes, vazios e desprovidos de sentido e de felicidade. A culpa é nossa, de mais ninguém. A visão de um passado depende de nós exclusivamente, tal como a visão que temos do presente e do futuro. Depende da elevação moral e intelectual que conseguimos atingir até ao momento. Mais que isso, depende da elevação espiritual adquirida. 
Não é possível progredir na vida sem o alinhamento destas 3 condições, pois a nossa felicidade está muito mais dependente de nós mesmos do que de condições externas a nós. Não é o meio onde nos encontramos, tão pouco a maior ou menor condição social e financeira que possamos possuir que nos fará mais ou menos felizes. A felicidade depende de factores internos, depende de uma visão clara sobre a importância da vida e da utilidade que lhe damos. Por muito dinheiro ou bens que se possa possuir, nada pode comprar a felicidade absoluta.
Verdade que a nossa vida está preenchida de todo o tipo de momentos, mas só uma mente e coração abertos, poderão tomar real consciência da aprendizagem de cada um dos momentos pelos quais passámos. Em cada um deles, mais ou menos felizes, se aprendeu algo que directamente contribuiu para a nossa evolução e progresso. Não é possível ser feliz nem experimentar a felicidade, se estivermos bloqueados aos maiores sentimentos que regem a humanidade. É preciso ter presente que o orgulho, o ego e o egoísmo são os vectores directos que conduzem à infelicidade, pois possuem uma relação directa com praticamente todos os piores momentos da nossa existência. 
Ver não é só olhar, é entender e compreender mais do que a simples visão consegue alcançar...
   

19/09/2012

O meu problema?...sou eu!

Culpo os outros. Culpo o destino ou a má fortuna.E quando não tenho mais nada ou ninguém para culpar, simplesmente culpo Deus, que me deu esta triste sorte.
A vida é um processo longo e contínuo de aprendizagem, moral, intelectual e espiritual. E nem todo o caminho é realizado de forma fácil e expedita. E quem tiver um nível de consciência mais elevado de si mesmo e do mundo que o rodeia, facilmente chegará à conclusão que nada terá a culpar os outros daquilo que é ou acontece na sua vida. 
Por meio da Lei da Causa-Efeito, todos os nossos pensamentos e respectivas acções são passadas para o plano da real vivência e assim, vão completando aquilo que é a estrutura da nossa existência como seres humanos, seja esta boa ou menos boa. Tudo o que fazemos a nós retorna, mais tarde ou mais cedo, sob diferentes formas e aspectos. Na verdade, como não estamos sós no mundo, as nossas interacções com ele vão acumulando diariamente uma balança de débitos e créditos, conforme as nossas acções. 
Culpar outrem é fácil. Sempre é a forma mais consoladora ao espírito atormentado pelo peso da sua consciência, que lhe permite aliviar a condenação própria. Podemos fugir, mas nunca nos poderemos esconder do que realmente somos e fazemos. A nossa consciência terá o seu momento em que nos fará vergar a existência sob o peso da culpa e do remorso. Mas a vida é um caminho longo e extenso, onde o tempo inexistente, nos permite acertar os nossos passos, onde cada um tem sempre a oportunidade de rectificar um passado menos conciliador e mais penosos para si. Desde que cada um o deseje, a culpa dentro de si, não a irreal culpa atribuída a outrem, pode sempre ser perdoada e com acções rectificadoras. Ninguém deve de ficar entregue à desgraça de si mesmo. Deus nunca abandona nenhum filho seu...porque nos abandonaríamos a nós mesmos?

17/09/2012

A riqueza

Será realmente a riqueza material sinónimo de felicidade?

Reina grande ilusão no espírito do Homem, quando este acredita que na riqueza advinda dos bens materiais, encontra elevados níveis de felicidade. 
Na verdade, é preciso não esquecer que tanto a pobreza como a riqueza, são grandes provas e desafios que são colocados ao Homem, pois se na pobreza pode experimentar as amarguras da insuficiência, do desespero e da revolta, na riqueza por via do abuso dos bens materiais à sua disposição, se esquece de muitos dos valores da vida e dos reais objectivos da sua existência. Toda a riqueza material, é efémera e revestida de pouca importância em termos do que realmente é a riqueza do Homem.
Julgar o homem pela aparência, pelos valores e bens materiais que possui, faz parte do tipo de análise que grande maioria das pessoas faz. Através dessa superficial análise, muitos sofrem as amarguras de se julgarem inferiores de alguma forma e levando muitas vezes a pensamentos e sentimentos de inveja ou orgulho ferido. 
Todos um dia verão a realidade da riqueza que mais importa ao Homem, mais tarde ou mais cedo. E não será sem dúvida a riqueza material que poderá aforrar a felicidade que nunca realmente possuíram. 
A riqueza do Homem está no mais intimo de si mesmo, no seu coração. Está nas suas atitudes e acções em relação a si próprio e aos outros, na aquisição de méritos morais e sobretudo na colheita das boas sementeiras que deve de fazer ao longo da vida. A humanidade sofre pela riqueza material, uns pelo que possuem outros pelo que não possuem, tornando prisioneiros todos quanto a veneram. 
É fundamental ao Homem preservar-se da avareza, da ganância, do orgulho e do egoísmo, pois seja qual for a situação material em que cada um se encontre, nada na sua vida depende realmente do que aquilo que possui.
A verdadeira riqueza do Homem está bem distante da riqueza material que possa possuir....