15/04/2014

Pegadas na areia...

Vou partilhar um sonho que tive uma noite passada.

Sonhei que passeava tranquilamente numa praia na companhia de Jesus. Conversávamos tranquilamente, sobre as coisas da vida, experiências e vivências da minha vida terrena. Parecia que a minha vida estava a passar ali como se de um filme se tratasse. Estava tranquilo com Jesus a meu lado.
A certo momento, sobretudo quando relembrava os maus momentos da minha vida, reparava que não havia dois pares de pegadas na areia, mas só um. Indignado, perguntei a Jesus:

- Senhor, tu disseste-me que estarias sempre comigo em todos os momentos da minha vida e reparo que quando estou nos piores momentos, as tuas pegadas não estão ao meu lado. 
Porque me deixaste só nos piores momentos da minha existência?

Depois de uma breve pausa, Jesus responde:

- Meu irmão, nem eu nem o Pai te abandonamos nem abandonámos nunca. O Pai ama todos os seus filhos, tal como eu vos amo. Nunca te deixei um minuto sozinho sequer na tua vida, tão pouco nas tuas horas de provas e sofrimento, estive e estarei sempre contigo.
O único par de pegadas que viste nos piores momentos da tua vida, não eram os teus, mas sim os meus, pois eu te carregava em meu colo.


Psicólogo de mim mesmo

A psicologia é o estudo do comportamento e dos processos mentais, no fundo, acaba por ser o estudo da alma.
Ouvir, é dos processos e tarefas mais difíceis que o Homem tem nos dias de hoje, na verdade sempre o foi, mas a evolução das sociedades, das mentalidades e da tecnologia, tem levado o Homem a percorrer caminhos cada vez mais desconhecidos e muito fora das suas zonas de conforto. O chamado stress, fruto de um conjunto diversificado de factores exógenos e endógenos dos indivíduos, é cada vez mais a causa de muitos problemas que afectam inúmeras sociedades. Mas sê-lo-á na verdade?
A humanidade "moderna" tem vindo a isolar-se de si e do mundo, fruto do egoísmo criado pelas das tecnologias (jogos, consolas, informática) e da própria mentalidade egoísta e egocêntrica que se foi criando ao longo da modernização das sociedades. Actualmente, as pessoas ouvem-se pouco, ou nada. Ninguém presta atenção aos outros, ninguém se preocupa com os outros. Cada um vive isolado e focalizado nos seus objectivos de vida primários e secundários. O chamamento à "realidade" é muitas vezes feito através das doenças, dos acidentes e incidentes que perturbam as nossas existências. No fundo, somos chamados a nós mesmos quando atingidos por contrariedades que muitas vezes colocam em causa toda a nossa existência e filosofia de vida. 
Quanto tempo se perde ouvindo alguém? 
Quanto tempo se dispensa em ouvir os desabafos de alguém que não está bem na vida e precisa de ajuda?
Quanto tempo perdemos (ou ganhamos!) para ajudar o próximo?
Todos somos psicólogos, ou julgamos ser. Todos cremos que estamos certos no nosso modus operandi no que respeita à nossa forma de encarar e levar a vida por diante. Mas será que essa verdade não é exclusivamente nossa?
Será que ouvir os outros, nem que seja uns minutos, não pode modificar as suas vidas ou os seus momentos?
Não temos de ser psicólogos de ninguém, a não ser de nós próprios. Mas para isso precisamos de nos elevar, seja em conhecimento como em moralidade, pois só assim podemos ajudar os outros, porque um dia seremos nós os necessitados... 

11/04/2014

Lição na carpintaria

Certo dia, numa carpintaria muito conhecida, com boa reputação, onde se realizam grandes e belos trabalhos, houve uma assembleia de ferramentas. Esta assembleia aconteceu, porque havia pequenas quezílias entre ferramentas e por isso entendeu-se necessário esclarecer-se algumas coisas e sobretudo mitigar as diferenças e divergências que foram sendo criadas.

No sururu inicial, o martelo fez-se ouvir e assumiu-se como o presidente daquela assembleia. Postura altiva, um grande ego, o martelo assumiu uma posição de força e arrogância.

Eis que logo as restantes ferramentas exigiram que se calasse e retirasse, pois não estava a contribuir nada positivamente para a resolução dos problemas e fazia muito barulho. Incomodava toda a gente. Ele que tivesse paciência, mas o lugar dele não era aquele e por isso que ficasse sossegado.

Bom, assim sendo o martelo encheu-se de humildade e retirou-se. Mas ainda antes, fez uma exigência. Pediu que também fosse retirado daquela assembleia o parafuso. Pois segundo ele, o parafuso precisava sempre de dar muitas voltas antes de servir para alguma coisa. Por isso o martelo considerava-o pouco útil.

O parafuso, lá quietinho no seu canto, toma a palavra e diz: Muito bem, eu retiro-me. Mas não me retiro sem que a lixa também se retire.

Isto porque segundo o parafuso, a lixa era muito áspera. Tratava sempre os outros com muita aspereza e vivia em perante conflito e atritos com os outros à sua volta.

E nem o parafuso tinha acabado de falar, já a lixa tomara a palavra revoltada e disse que o metro também deveria de sair dali. Isto porque o metro passava a vida a medir os outros e pior do que isso, era sempre segundo as suas medidas. O metro achava-se perfeito.

Mas quem lhe dava esse direito, sobretudo de medir tanto os outros? Perguntou a lixa.

A determinado momento, o carpinteiro entra na oficina, vestiu o avental, pegou nuns pedaços de madeira, começou a trabalhar, usando as ferramentas necessárias e transformou aqueles pedaços de madeira num bonito móvel.

O carpinteiro, sentou-se a contemplar a sua obra. Pensou para si: ficou bonito!

Então despiu o avental, limpou-se um pouco da poeira da madeira nas suas roupas e num último olhar satisfeito, sorriu e foi embora.
Logo que saiu, as ferramentas voltaram ao burburinho da discussão sobre os defeitos e diferenças uns dos outros.

Mas no meio da discussão, o serrote tomou a palavra, calmamente, disse:

Meus amigos, peço a vossa atenção para um pormenor importante nesta nossa assembleia. O que se passou há pouco tempo, teve uma importância tão grande que vocês todos ainda não perceberam como deve de ser.
Ali, está um móvel bem acabado, simples e bonito. Como viram, o carpinteiro usou de muitas ferramentas para o construir. Bem sabemos que todos temos defeitos, alguns já o manifestaram até publicamente. Mas também temos virtudes. E o resultado das nossas virtudes está lai, representado naquele móvel.

Então, todos acabaram por compreender, entender e aceitar que o martelo era forte, que o parafuso era necessário para unir partes e dar-lhes resistência, que a lixa era importante para limar as asperezas e que o metro era fundamental para obter medidas correctas.

Fez-se silêncio na assembleia.

Aquela reflexão do serrote, fez com que as ferramentas se sentissem melhor, mais confiantes, úteis e com mais vontade de trabalharem juntas, pois só assim conseguiriam ajudar a realizar boas obras, que sozinhas seria completamente impossível.

O túnel de Luz

"Durante muito tempo, que não consigo precisar, pois perdi completamente a noção do tempo tal como o conheci e vivia segundo as suas regras e ditames, encontrei-me num universo estranho e simultaneamente real para mim. 
A vida física já não fazia parte da minha existência, mas durante muito tempo não o soube, ou pelo menos não o quis aceitar. Sem parar, continuava a viver alguns dos momentos mais marcantes do final de uma vida terrena, que teimava em não abandonar. Sentia a dor, o sofrimento, a angustia de quem sofre, se sente desamparado e continua a perpetuar um sofrimento que já não é físico, mas moral. Durante muito procurei quem me "ouvisse". Só mais tarde soube que havia quem me podia ouvir dos dois lados da vida e me poderiam ajudar a sair deste tornado onde eu mesmo me tinha colocado.
Pedi ajuda, socorro e fui levado a quem me podia ouvir no plano físico. Através dele, conversei com alguém que me elucidou sobre algumas coisas deste meu Presente. o passado já era passado, o futuro desvendava-se agora à minha frente de outra forma e um novo horizonte se abria aos meus olhos. Aquela pessoa, explicou-me o que se passava comigo, o porquê do meu estado de sofrimento, tive oportunidade de através de alguém, poder exprimir-me, dizer o que pensava e sentia, utilizando um corpo físico que não era meu. Era similar ao que já tinha tido, por isso a adaptação foi relativamente fácil. O espírito daquele irmão estava ali também comigo, de certa forma guardando e protegendo o corpo físico que era seu, mas permitindo-me utilizar as ferramentas (pensamento e fala) possíveis para que eu me pudesse comunicar. Era como tipo um telefone...
Depois de algum tempo de conversa, senti uma calma como há muito não sentia. Sentia que a partir daquele momento já nada seria igual para mim. Sentia-me mais descansado e menos sofredor.
A determinado momento, senti-me acompanhado por uns irmãos vestidos de um branco imaculado e resplandecente, que de forma amigável e ternurenta me acompanharam para algo que mais se parecia um túnel de luz. Deixava para trás aquele corpo e aquele irmão que me deixara exprimir. Sentia-me a voar, suspenso no ar fino em direcção aquela luz tranquilizadora. Quando entrei nela, nada mais havia atrás de mim e um novo mundo, uma nova vida acabara de começar para mim..."


07/04/2014

Às portas do "inferno"...

Quando o Homem se julga acima do que realmente é, estabelecem-se novos paradigmas na sua vida, muitas vezes ilusórios, fruto de uma cegueira da sua existência interior que é de longe diferente da manifestada exteriormente.
As portas do "inferno" são já ali. Se bem que o inferno não exista como lugar real, existe na verdade dentro de cada Homem. O inferno é um lugar mitológico que não tem paralelo no que diz respeito ao sofrimento a que cada "residente" é sujeito e se auto-submete durante certo período de tempo. A permanência nesses "estados" não é definitiva, nem tão pouco obrigatória. Só depende de cada um.
A dor é física, mas o sofrimento é muito para lá disso. O sofrimento advém de estados mentais, criados e desenvolvidos pela forma como cada um vê e se vê no mundo que o rodeia. A porta do sofrimento, é tão larga quanto o Homem deseja, pois os estados de dor que se inflige, fruto de muitos defeitos próprios, mantidos ou desenvolvidos, pelo próprio e por todos quanto o rodeiam, são um caminho de fácil acesso. 
O Homem é o único responsável da sua dor e sofrimento. Quando as coisas são colocadas em perspectiva, acabam sempre por tomar outro significado e importância. Muitas vezes, os os aspectos negativos, reduzem a sua importância e relevância quando analisados e vistos de outro ângulo. As portas do inferno são somente a teimosia em não querer ver a vida por outras perspectivas, somente teimando em ver a materialidade de uma existência.
O desapego ao "mundo material" eleva o Homem, remete-o para níveis de consciência superiores, desmaterializa o mundanismo próprio dos seres inferiores e pouco espiritualizados.
Ninguém está condenado à partida, pois seria uma das maiores injustiças proporcionadas por Deus aos seus filhos. Simples e ignorantes, todos partem da mesma origem e a chegada só dependerá dos caminhos que escolher para si. Nada mais.
As portas do "inferno" são já ali...mas só para quer quiser.

03/04/2014

A utilidade das comunicações mediúnicas - I

O Homem sempre esteve ligado a um universo que ultrapassa o plano físico e objectivo conhecido. A alma ou o espírito, constitui-se como o elemento que faz a ponte entre os dois planos da vida. Descortinar o amanhã, o futuro, é e foi sempre uma das maiores ambições do Homem durante os tempos. A vidência, nas suas diferentes formas e características próprias e muitas vezes culturais, tem sido o recurso para a obtenção de respostas do além. 
A mediunidade, manifestada através dos médiuns, é a forma mais directa de comunicação entre o plano visível e invisível, que no entanto leva tanto o médium como o requerente, para um universo nem sempre lógico e compreensível. É preciso entender que o recurso à mediunidade que não para fins de auxílio e de ajuda ao próximo, é um caminho de perda moral e de criação de mais débitos espirituais. 
A evolução do Homem, levá-lo-à rapidamente a um nível de compreensão cuja necessidade de conhecer o futuro deixará de fazer sentido, pois a partir desse momento, este será capaz de compreender que o futuro é mutável e que o seu futuro só dependerá do seu presente e da forma como o for construindo. Todo o médium sério, tem a perfeita consciência que só sabe aquilo que pode e deve de saber a respeito dos outros, e que esse conhecimento tem um propósito único, que a ser partilhado (pois nem tudo deve de ser dito!) será útil e benéfico para quem se destina. Todo o médium tem o dever de transmitir o conhecimento adquirido somente se este for útil, benéfico e com amor ao próximo. Nunca para obtenção de benefícios sejam de que ordem for e muito menos materiais. 
Ao médium, é necessário seriedade e muita humildade, pois só assim será auxiliado ele também por bons espíritos que o ajudarão nas suas tarefas. Tarefas essas que não são mais do que o auxílio a quem mais espiritualmente está necessitado e também ao próprio médium que se ajuda a si próprio resgatando as suas eventuais faltas e erros do passado.