01/01/2013

A pedra no rio...

Uma pedra aquando retirada de uma pedreira, por exemplo, possui muitos vértices e arestas,  um aspecto muito irregular e grosseiro, inclusivamente agressivas ao tacto. Tal é o ser humano no início do seu processo evolutivo. Para que a pedra seja aprimorada, necessita de ser trabalhada, moldada e modificada. 
Imaginemos a nossa vida como uma pedra que é a atirada a um rio. À medida que vai sendo levada pelas correntes, o aspecto vai sendo alterado, fruto de serem atiradas umas contras as outras, de serem polidas pelo chão que ajuda na sua condução. É preciso muito tempo para que a pedra modifique o seu aspecto, se torne mais roliça,  mais polida e com um aspecto cada vez mais harmonioso. Durante muito tempo, com diferentes momentos, correntes, maiores ou menos dificuldades de passagem pelos diversos socalcos do rio, a pedra vai perdendo as suas imperfeições, tornando-se mais lisa e mais agradável ao tacto.
A nossa existência intemporal, é como a das pedras atiradas ao rio. Nascemos simples e ignorantes, sem tendências definidas sejam para o bem como para o mal. À medida que vamos evoluindo, fruto das nossas escolhas, do nosso livre arbítrio, vamos-nos tornando mais aprimorados moral e espiritualmente. As várias existências trazem novos desafios que ajudam a completar este processo longo e moroso. 
Felizmente, não somos pedras, não somos seres ou elementos inertes. Somos seres dotados de inteligência, de direito de escolha e de consciência. Esta tríade, permite-nos ir caminhando e construindo o nosso caminho evolutivo, adquirindo mais conhecimento e saindo da ignorância que o mundo vive mergulhado fruto do materialismo que foi adquirindo para si mesmo. Mudar o presente, é mudar o futuro. Mudar o nosso interior, é mudar o exterior.
Não sejamos como as pedras que rolam ao longo do rio, embatendo constantemente umas contras as outras, "sofrendo" para se aprimorarem até que um dia chegam com um aspecto mais perfeito ao grande oceano. 
Não podemos abreviar o nosso "sofrimento", mas sem dúvida que podemos aliviá-lo, agindo no nosso íntimo desde já, não esperando por outro amanhã. Não esperando por mais uns "encontrões" no longo rio da vida...

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