Compara-se a vida a muitas coisas, fazem-se muitas analogias entre a vida e tudo o mais que seja tão incerto e no qual não conseguimos exercer controlo e algum domínio. A vida é sem dúvida isso mesmo. O elemento ínfimo da incerteza, da dúvida, das tristezas e das alegrias.
Tal como o mar, assim podemos ver a nossa vida. Um vai em vem de ondas, de correntes várias que nos transportam para diversas direcções, umas vezes a calmaria predomina, noutras as tempestades assolam os nossos momentos. Estar sentado à beira praia e admirar o mar, é como admiramos a nossa vida num plano superior. O mesmo mar que nos traz momentos de alegria, também nos remete para momentos de tristeza aquando nos encontramos envolvidos nas tempestades. A contemplação da vida, com a tomada de consciência do nosso papel nesta existência é como se nos encontrássemos permanentemente no meio do imenso oceano. Ora remamos rumo aos nossos objectivos, na procura da terra firme que nos possa retirar do alcance das tempestades no alto mar, ora rumo ao infinito desconhecido tantas vezes temido.
A vida, tal como o oceano permite escolher todas as direcções, em em todas elas existe um fim, um propósito bem definido que ou vem ter connosco via ventos e marés, ou nós próprios o procuramos remando para lá chegar. As tempestades do mar, da nossa vida, somente nos servem para relembrar a nossa pequenez e incapacidade de controlar tudo à nossa volta. Servem também para tomarmos consciência dos nossas acções e decisões. Navegar à bolina é um modo em que muitos de nós decidiram fazer a sua viagem. Deixar-se levar pelas marés sem nunca entenderem o real propósito da sua vida e da sua viagem nesta vida. Por isso muitos navegadores nunca conseguiram encontrar o seu destino....a sua terra firme.
Admirar a imensidão do mar, é admirar a imensidão da nossa vida. Para viver feliz, é preciso aprender a navegar, entre ventos e marés nem sempre favoráveis. É aproveitar os bons momentos que as marés nos trazem, vivendo o presente, aprendendo com o passado...e olhando para o futuro.