Quem nunca procurou o reconhecimento?
Quantos não norteiam a sua vida com base nisso?
Todos nós procuramos de uma forma ou de outra diferenciar-mo-nos dos demais, procuramos fazer a diferença seja no ser (aparência) como no ter (posses). Outros procuram a diferenciação anónima pelas acções praticadas em prol dos outros.
À medida que vamos evoluindo na vida, sobretudo no contexto social das sociedades modernas materialistas em que vivemos, quando conseguimos, nem que seja momentaneamente, fazer ou ter algo diferenciador buscamos de imediato um reconhecimento aliado ao facto. O que na maioria das vezes se torna um processo tortuoso, seja pela não "conquista" desse reconhecimento ou pelo simples facto de não conseguirmos o efeito desejado e pretendido; alimentar o nosso Ego.
Viver na humildade de pensamento e dos actos, é sem dúvida o caminho que nos transporta para uma felicidade de difícil obtenção para quem se norteia pelo reconhecimento constante com o qual alimenta a sua vida, no entanto é vivendo dessa forma, humilde, que o Ego se remete a uma condição de quase sonolência e assim a vida encontra outro sentido. Não é um processo fácil.
O reconhecimento deve de existir, com certeza, pois este é o culminar de um processo de mudança e "luta" interna que nos leva à conquista de um objectivo, seja ele tanto mais ou menos nobre. No entanto o reconhecimento tem de ser antes de mais interno, isto é, fruto da avaliação do nosso coração no contexto de valores morais elevados, com uma consequência directa no nosso bem estar próprio e com a nossa vida. O desejo de reconhecimento público, é uma projecção exterior do Ego, é um processo de engano próprio alimentado pelas aparências e pelas nossas personas que desejam diferenciar-se dos demais numa lógica de engrandecimento aparente e com fracas bases morais.
Quem pratica acções com base em sentimentos elevados de Amor, não procura o reconhecimento público, mas sim o reconhecimento maior de Deus, da sua consciência e de um prazer infindável de praticar o Bem para ele próprio recolher boas colheitas.
É uma lição difícil de aprender, mas não haverá nada de mais engrandecedor que os actos de caridade anónimos.
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