13/11/2014

Livro: O Mestre dos Mestres

Jesus Cristo, foi sem dúvida alguma, o homem que mais marcou a história da humanidade. 
Entender e compreender Cristo, é um desafio nada fácil para a nossa condição humana, pois a sua inteligência estende-se para lá das suas palavras, actos e psicologia. Ainda hoje, muito pouco se sabe d'Ele...

Augusto Cury, é um médico, psiquiatra, psicoterapeuta (Pesquisador na área de qualidade de vida e desenvolvimento da inteligência, Cury desenvolveu a teoria da Inteligência Multifocal, sobre o funcionamento da mente humana no processo de construção do pensamento e na formação de pensadores) que se dedicou a estudar e analisar a inteligência de Cristo segundo um ponto de vista psicológico.

Este livro, apresenta-nos uma análise psicológica, fora do âmbito da crença, fé e religiosidade, do perfil psicológico de Cristo com base nos escritos bíblicos e o que mais se sabe sobre a sua personalidade.

Um livro muito interessante para quem aprecia ver as coisas segundo um prisma não religioso.



11/11/2014

A ilusão da segurança

A vida é um longo processo evolutivo, que na medida das capacidades, cada um vai tentando construir bases suficientemente sólidas, de forma a viver minimamente feliz. No entanto, esta construção e evolução, é muitas vezes uma vida ilusória, de uma segurança somente aparente e muito pouco real. 
Todo o Homem, deseja para si segurança. Possuir o controlo dos momentos da sua vida. Reduzir ao máximo os riscos e a ambiguidade do "amanhã desconhecido". Muitos dirão; siga-se em frente e logo se verá! Outros, caminham com cautelas. 
Viver, é um processo difícil. De construções diárias baseadas num passado conhecido, num presente mal vivido e num futuro completamente desconhecido. Seguranças e certezas na vida é o que todos almejam, mas poucos conseguem.
Os deuses menores dos dias de hoje, preenchem as nossas vidas fora de uma espiritualidade maior e mais profunda. Mais enriquecedora e feliz.
Os desejos materiais e as ilusões por eles criadas, transformam as nossas vidas num inferno permanente. O medo da censura, da crítica, da não sociabilidade, da exclusão, do retrocesso pessoal e profissional, são duros golpes no Ego e Orgulho tão humano.
Acreditamos num amanhã melhor. Desejamos um amanhã melhor. Ambicionamos um amanhã melhor. Mas na verdade, não conseguimos ver e viver o presente.
Deus, deveria de ser o centro das nossas vidas e acreditar n'Ele, como viver com Ele, é o garante de uma vida feliz, preenchida e valorizada a todos os níveis. Aproveitar o que está à nossa disposição no mundo é fruto da boa vontade de Deus, mas viver em função dessas coisas é totalmente contra os seus desígnios e mais do que isso, contrário à nossa própria felicidade interior.
A ilusão da segurança, desaparece quando se acredita. Quando se crê que Deus nos pode ajudar a ser feliz. Como?
Vivendo com Ele e segundo a maior lei que nos deixou: "Amar os outros, como a si mesmo".


17/10/2014

A razão contrária à razão

Porque os outros possuem tanto efeito emocional, para bem ou para mal, em nós?

O Homem é um ser inteligente e emocional, feito para viver com os semelhantes, isto é, necessita de interagir em sociedade. Mas esta interacção tem um preço por vezes muito elevado para a sua estrutura emocional, levando-o ou ao sucesso momentâneo, ou ao infortúnio da depressão emocional.
Muitas pessoas acham-se e dizem-se imunes aos ataques emocionais dos que se encontram ao seu redor. Na verdade, é mentira. Nenhum ser humano possui um coração de pedra, se bem que pode criar um complexo mecanismo de defesas e ataque que lhe permite parecer-nos emocionalmente invencível. Mas isso acontece por momentos. A inteligência do Homem divide-se em 2 facções opostas: Racional e Emocional. E estas, nem sempre conseguem subsistir harmoniosamente uma com a outra. Porquê?
Porque ambas centram-se e baseiam a sua filosofia existencial em parâmetros e factores completamente distintos; uma interpreta pela lógica e razão, a outra pela emoção e por vezes pela fé. 
Quando os outros nos atingem emocionalmente, não é sinónimo que sejamos fracos, mas que estamos sensíveis aos factores menos racionais da nossa existência, em pleno domínio das emoções. Muitos respondem com agressividade de qualquer ordem, outros remetem-se ao silêncio e sofrem as consequências da abstracção de si mesmos perante tais ataques. As depressões nascem muitas vezes daqui...
Num mundo ideal, nunca haveriam divergências emocionais, tanto interiores como exteriores, pois cada um actuaria numa lógica de não agressão, colocando o outro num plano nivelado ao seu.  Mas o mundo não é ideal, nem tão breve o será. 
Nós não nos deixamos atacar porque somos mais fracos, somente porque a nossa ignorância nos colocou naquele momento num plano inferior ao outro, seja porque estamos em posição defensiva ou ofensiva. 
Cabe a cada um interrogar-se. Mesmo tendo razão, necessito "atacá-lo"? Ou poderei mostrar a minha "superioridade" controlando as minhas emoções e chamando-o à razão sem o magoar ou ferir?
Não é fácil...
Ter sempre razão, é para muito combustível da sua existência fútil e inócua. Mas é sobretudo possuir um elevado nível de ignorância. 

"A razão escraviza todas as mentes que não são suficientemente fortes para a dominarem."

George Shaw

Quadratura da mente

A ignorância, mantém-se a si mesma...

Uma mente fechada, não é sinónimo de uma inteligência menor ou incapacidade intelectual para absorver conhecimento, mas somente a demonstração prática de uma elevada incapacidade de se questionar a si próprio. 
A inteligência do Homem só é possível desenvolver-se quando ele mesmo se questiona a si próprio e ao mundo que o rodeia. A busca por soluções aos problemas e dificuldades, não é mais do que a necessidade que a mente humana tem de se expandir e abrir os seus horizontes de análise, crítica e analítica. 
Recear aceitar novas ideias e formas de pensamento, é cobardia intelectual. Adquirir novos conhecimentos sobre algo estranho a nós até àquele momento, não se coaduna com a sua aceitação imediata, mas sim o questionar de algo não conhecido por si mesmo. Uma mente que se abra a uma nova ideia, nunca mais voltará ao seu "tamanho" original, assim dizia Albert Einstein. 
Na verdade, o mundo respira ignorância, não porque o conhecimento não exista ou porque o Homem não seja capaz de o conseguir atingir, entender e compreender. Mas porque as ideias remanescentes da zona de conforto da sua mente, são bem mais cómodas e fáceis de dominar e não serem esmagadas por novos paradigmas de conhecimento que obrigariam a sair da zona de conforto interior.
Pensar e perspectivar a vida de outros ângulos, é um trabalho digno e de elevado mérito pessoal cujos resultados não podem ser senão mais do que a evolução humana.
Outros ângulos e perspectivas, desde que lógicos, racionais e bem intencionados, são fonte de aquisição de novos conhecimentos e horizontes para toda a mente que sobrevive no marasmo da ignorância.

Qual o caminho do conhecimento?

Pensar, abrir a mente e deixar que as ideias fluam. Será sempre mais um passo evolutivo... 

09/10/2014

A inteligência de um Homem

Em algum momento na vida do Homem, muitas questões se levantam quanto àquilo que ele realmente é e para onde caminha na sua vida, seja do ponto de vista pessoal ou profissional.
Não raros são os momentos em que a dúvida se instala, os receios do desconhecido se instalam, o peso dos anos e daquilo que se gostaria de ter feito e não se fez, do que se fez e não se deveria de ter feito, etc...
Momentos de introspecção instalam-se e, muitas vezes, se dá início a uma longa viagem de busca de identidade própria, de faróis de orientação, de pisos sólidos, de elementos justificativos de uma vida que se tem levado e se deseja alterar. 
Uns buscam caminhos no mais fácil, rápido e directo, que são as substâncias materiais, isto é, no TER. Outros perscrutam o íntimo na busca do intangível, menos substancial e mais de cariz espiritual, isto é, no SER.
Na verdade, muitos outros vagueiam por diferentes caminhos e momentos, vagueando na vida sem um rumo, sem propósitos, sem "faróis orientadores". Esperando que algum dia as respostas às suas perguntas venham a ter o seu momento de verdade e finalmente possam iniciar-se numa vida de maior felicidade interior e exterior.
Segue Jesus Cristo, poderão muitos alvitrar. Talvez Ele seja o caminho, sim. Mas talvez não seja necessário tanto assim. o Homem não precisa de religião para ser feliz. o Homem precisa de valores e princípios; sociais e morais, sobretudo. 
Jesus Cristo, na verdade foi um marco na história da humanidade, fez mais em poucos anos pelo bem do Homem, do que muitos séculos e milénios de conhecimento e descobertas humanas fizeram. Porquê?
Porque Jesus Cristo somente quis por o Homem a pensar sobre si mesmo e sobre o mundo que o rodeia, dando-lhe indicações simples, inteligentes e úteis. Dessa forma, cada um poderia construir o seu próprio caminho dentro da sua esfera social e da humanidade. Sempre em prol do seu próprio bem e dos outros que o rodeariam.

Cito Augusto Cury:

"A arte de pensar é a manifestação mais sublime da inteligência. Todos pensamos, mas nem todos desenvolvemos qualitativamente a arte de pensar. Por isso, frequentemente não expandimos as funções mais importantes da inteligência, tais como aprender a se interiorizar, a destilar sabedoria diante das dores, a trabalhar as perdas e frustrações com dignidade, a agregar ideias, a pensar com liberdade e consciência crítica, a romper as ditaduras intelectuais, a gerir com maturidade os pensamentos e emoções nos focos de tensão, a expandir a arte da contemplação do belo, a se doar sem a contrapartida do retorno, a se colocar no lugar do outro e considerar suas dores e necessidades psicossociais."

Jesus Cristo nunca quis que o mundo gravitasse em torno das suas necessidades particulares, nunca procurou estatuto político ou social, viveu e teve uma vida árida, sem luxos e mordomias. Mas soube inteligentemente falar ao Homem, deixá-lo a pensar e por a sua inteligência a trabalhar para si e para o seu próprio bem. 
Falar de Jesus Cristo não se trata de Fé, mas sim da pura ciência da psicologia humana. Ele viveu muito acima do Homem e mostrou ao Homem o caminho da sua felicidade sem recurso a nada mais do que à sua própria transformação interior. Nada mais...

Procurar-se a si mesmo, é tarefa árdua e difícil para todo aquele que vive encarcerado na rigidez intelectual da sua vivência solitária e alheada dos valores morais e espirituais da vida. 

08/09/2014

Os 3 conselhos...

Após uma maravilhosa e humilde cerimónia de casamento, o jovem marido diz à sua bela esposa: 
- Mulher, eu desejo dar-te tudo de melhor, mas para isso precisarei de ir para longe daqui, pois aqui não conseguirei cumprir meu desejo. Tu compreendes?
A esposa, de olhar triste, olha para o marido e responde-lhe:
- Sim, meu esposo. Compreendo, apesar da dor no meu coração por ter de te ver partir.
Então, já pronto e antes de partir, o marido dirige-se à sua esposa:
- Queria esposa, peço-te que esperes por mim, dure o que durar a minha jornada.
Ela replicou:
- Sim, meu esposo. Esperarei por ti. O meu amor por ti é muito grande.
Assim o marido partiu para longe. Chegado ao seu destino, arranjou emprego e pediu ao seu patrão que não lhe pagasse mensalmente o salário, mas sim que fosse juntando o dinheiro e um dia quando decidisse partir de volta a casa, o patrão lhe-o devolveria. O patrão ficou surpreso e aceitou o pedido.
Passados 20 anos, ele decidiu que seria hora de voltar e por isso dirigiu-se ao seu patrão pedindo o dinheiro acumulado. Durante a conversa, o patrão diz-lhe:
- Foste um empregado exemplar e um bom amigo, tenho pena ver-te partir. Mas antes de partires, vou fazer-te a seguinte proposta: Ou partes com todo o dinheiro, ou então não recebes e dispenso-te 3 conselhos que deves de seguir à risca.
Ele, ficou pensativo. Olhou para o patrão, reconheceu-lhe integridade, honestidade, honra e a idade e os cabelos brancos deixavam transparecer muita experiência de vida e sensatez. Depois de reflectir um pouco, disse: 
- Eu aceito os seus conselhos e parto sem nada.
Então, o patrão diz-lhe:
- Primeiro; Nunca tomes atalhos na vida, eles poderão acabar com ela antecipadamente.
- Segundo: Nunca sejas curioso com as coisas más.
- Terceiro: Nunca tomes decisões com a cabeça quente e irreflectidas.
- E antes de partires, toma este pão. Somente o comerás à mesa em tua casa, não antes!
Ele ficou surpreso, aceitou o pão e partiu da mesma forma que havia chegado 20 anos antes.
Pelo caminho encontrou um peregrino, com quem fez amizade pois partilhavam o mesmo destino. Pouco tempo depois, o peregrino decidiu tomar um atalho que conhecia e ele, lembrado do conselho, decidiu não o acompanhar e seguiu como previsto.
Chegados à cidade, foi pernoitar numa pousada onde era suposto voltar a encontrar o peregrino. Mas ele não estava lá. O dono da pousada disse-lhe que o peregrino havia sido assaltado e morto durante a sua jornada.
Durante a noite, ouviu gritos e tiros no corredor e na ânsia de saber o que se passava, ainda esboçou um abrir da porta do quarto. Mas não o fez, pois lembrara-se do 2 conselho do patrão. Ficou quieto e na manhã seguinte soube que o filho do dono da pousada havia sido tomado por um acto de loucura e matara todas as pessoas que se encontravam no corredor. Ele pensou; safei-me de novo, meu Deus!
Nessa manhã prosseguiu caminho em direcção à sua casa e esposa que tantas saudades lhe deixava.
Era noite quase cerrada quando estava já perto do monte onde estava a sua casa. Ao longe viu a sua esposa ao colo de um homem. Ficou indignado e possesso de ira, pois lembrava-se da promessa que a esposa lhe fizera.
Lembrado do 3 conselho, acalmou-se e dirigiu-se a casa. Quando entrou, a sua esposa correu para os seus braços e feliz de o ver abraçou-o com muito amor. Então, ele diz-lhe: 
- Mulher, eu vi-te sentado no colo de um homem. Não esperaste por mim!
A mulher sorriu, vira a cabeça e diz:
- Anda cá meu filho, vem conhecer o teu pai! 
Ele ficou emocionado.
- Sim, meu esposo. Poucos dias depois da tua partida, soube que estava grávida. 
Feliz, pediu que se sentassem todos à mesa, pegou no pão que trazia e abriu-o. Todos ficaram espantados e sem palavras por momentos. Dentro do pão, vinha todo o dinheiro que ele haveria ganho nos últimos 20 anos... 
  

31/07/2014

Jesus Cristo...o Homem que tudo mudou!

Jesus Cristo...o Homem que tudo mudou!

Homem de enormes afectos e admiração, mas também de grandes desconfianças, lutas e discórdias.
A história de Jesus, seja qual for o ponto de vista, acredite-se ou não Nele, na sua estada entre os Homens por pouco mais de 33 anos, creia-se no seu Legado ou não, uma coisa é certa: não houve até hoje Homem que tanto mexesse com o íntimo da humanidade como Ele o fez.
A verdade é que se fala de um livro deixado aos Homens contendo ensinamentos e visões sobre a existência e pluralidade da humanidade: a Bíblia.  Esse livro é verbo soberano na união e divisão dos Homens. A interpretação da Bíblia leva o Homem a tantos caminhos tortuosos, por isso mesmo não foi a mão de Jesus que escreveu. Somente ensinou...
Jesus nunca escreveu ou deixou escrita uma única palavra, para que tal não fosse usada nem contra, nem a favor por homens mais viciosos e perturbados. A Bíblia (compilação de 73 escrituras), foi escrita passadas dezenas de anos depois da passagem de Jesus pela Terra. Contém ensinamentos, uns mais válidos do que outros e acima de tudo, contém uma das frases mais importantes que resume a doutrina Cristã: "Amar a Deus acima de todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo." 
Jesus, enquanto homem encarnado, deixou-nos um legado de importância inimaginável que só pode ser compreendido e entendido pelo Homem que evolui continuamente no plano espiritual, moral e intelectual. 
Não se pode, nem deve de falar em nome de Jesus ou de Deus, pois a nenhum homem foi dada tal capacidade e competência. Tão longe que estamos do Amor por nós mesmos e pelos outros. No entanto, uma coisa Jesus nos ensinou e tão dificilmente nos custa a aceitar; a não ter medo do amanhã. Nenhum Homem regride, pode estagnar mas nunca regredir. Ao Homem Jesus pediu que aprendesse, que ensinasse e que fosse acima de tudo um ser pleno de Amor. Nada mais. 

Como se progride? Amando...

Como se ama? Sofrendo, pela abnegação. Não aprendemos pelo Bem, por isso o sofrimento se nos depara para nos ensinar. 

30/07/2014

Filme: O céu existe mesmo

Este filme retrata a "viagem" que o pequeno Colton Burpo (4 anos) fez durante uma operação cirúrgica, onde teve uma experiência de quase-morte (EQM). 
Não se trata de ficção-científica, mas de um caso real como tantos outros existem, que nos fazem recordar a nossa existência como uma pequena fracção de tempo que é este mesmo momento que estamos a viver no mundo.
As descrições que o pequeno Colton faz do que lhe foi mostrado, são de um detalhe impossível que ele soubesse e tivesse consciência com aquela tenra idade. Mesmo na inocência de um acriança, os elevados desígnios de Deus se fazem mostrar à humanidade, para que lentamente cada um acorde para a sua realidade de vida, espiritual e tão menos materialista. 
"Não há nada a temer", diz o pequeno Colton. Viver como se não houvesse amanhã é um erro. Ter medo do futuro também é outro erro, pois o futuro está nas nossas mãos e essa caminhada nunca é feita de forma solitária. Estamos sempre acompanhados, por outros e por Deus. 
Jesus mostra-se ao pequeno Colton e o retrato que aparece no filme, é o que Akiane Kramarik (criança prodígio - pintora) fez após as suas viagens ao céu, tal como Colton. 
O céu existe mesmo, tal como o inferno. Não são lugares físicos, são sim espaços e dimensões intemporais onde o Bem perdura e o Mal vai sendo mitigado ate um dia ser tocado pelo Amor. 
Mesmo para quem não é religioso ou espiritual, uma coisa poderá ter a certeza: a seu tempo entenderá e terá uma consciência clara que a sua vida actual é só uma fracção de uma longa existência de evolução.

10/07/2014

O desejo de desaparecer...

Muitas vezes somos intimamente confrontados com um desejo macabro: 

"Posso simplesmente desaparecer?"

Pois bem, a resposta é relativamente simples; Não. Mas a análise à resposta é extremamente complicada na génese e essência. 
O desejo de desaparecer, aparece muitas vezes associado a comportamentos anti-sociais, a desejos inatingidos, a vivências dificultadas pela ausência de algo ou alguém, a dificuldades dificilmente ultrapassáveis naquele momento ou período, a estados mentais e psicológicos isolados de uma realidade carregada pela infelicidade interior, etc...
No fundo, ninguém gosta de enfrentar problemas e dificuldades. Por isso muitas vezes idealiza o seu desaparecimento como ponto de fuga dos mesmos. Mas será essa a realidade?
Na verdade nunca se desaparece. Fisicamente, poderá existir essa percepção, mas noutros planos o desaparecimento é ficcional e irreal. Na natureza nada desaparece, simplesmente se transforma. 
A fuga aos problemas, não pode ser feita pelo desaparecimento, mas sim pela coragem e determinação em enfrentá-los e tentar resolvê-los em bem com boa fé. 
O que somos no plano físico, continuamos a sê-lo em qualquer outro estado ou plano, pois a essência do Homem não está no seu corpo, mas sim na sua alma. E a alma não desaparece, nem pode ser destruída. 
A matéria, passa por diferentes estados e dimensões. A Alma encontra-se em diferentes planos e dimensões também. Tão diferentes quanto cada um de nós, sendo a diferença exclusivamente baseada no amor próprio de cada um e na capacidade que possui em transmiti-lo aos outros, seja de que forma for.

08/07/2014

Mudar... e Renascer

"Hoje sei que dá para renascer várias vezes nesta mesma vida. Basta desaprender o receio de mudar".

Marta Medeiros

O Homem não consegue verdadeiramente evoluir sem renascer. A perspectiva de mudança, é muitas vezes sinónimo de receio ou terror, para muitos Homens que não querem evoluir. Manter-se dentro da zona de conforto, fazer o que e como sempre se fez, pensar e agir segundo determinadas regras e padrões, sem nunca se comprometer como indivíduo relegando a sua evolução espiritual em favor de uma manutenção material, é o paradigma de vida de muitos. 
Abrir o seu coração ao mundo, é penoso, difícil, mas sobretudo coloca o indivíduo num limbo de pseudo fraqueza que na verdade é irreal. O Amor nunca enfraquece o indivíduo, muito pelo contrário. Mas ao demonstrar Amor, muitas vezes este é visto como fraco, não o colocando em posição dominante numa sociedade cada vez mais feroz e tão pouco humana. 
A liberdade do indivíduo, só é passível de ser atingida quando este "morre" e "renasce", isto em termos mentais, psicológicos e sentimentais. A espiritualidade só é evolutiva se o indivíduo se predispuser a mudar-se interiormente, a aceitar a sua condição e "trabalhar" em prol de si mesmo e dos outros, num sentido de solidariedade.
A força do Ser, é interior e nunca exterior. As manifestações de força, só são realmente efectivas quando o Amor impera e sempre no domínio do merecimento e reconhecimento interior. 
Mudar, é libertar-se. Aceitar a mudança, é iniciar-se num nova vida em liberdade, desprendida das correntes imorais e dos pensamentos condicionadores de felicidade. 

"Renascer, é sentir o que nunca foi vivido anteriormente..."   

07/07/2014

Os despojos do Orgulho...

"O orgulho é o complemento da ignorância"

Bernard Fontenelle

As lutas travadas em prol do orgulho pessoal, são substancialmente interiores, com grandes repercussões no exterior. A visão deturpada baseada num imaginário de si mesmo, que em nada encontra paralelo na verdadeira essência de si mesmo, transforma o Homem num ser solitário, abandonado pelos outros e por si próprio. As verdades absolutas dos ignorantes, são o combustível dos orgulhosos que vivem sem a humildade necessária para a sua felicidade interior. 
Os sentimentos de orgulho, caminham de mãos dadas com o egoísmo e a vaidade. Sendo o orgulho até considerado o pai de todos os vícios, é sem dúvida, o carrasco das afeições e das melhores práticas de Amor ao próximo e a si mesmo. 
As batalhas que travamos em torno do orgulho, trazem muitas vezes grandes decepções e despojos de "guerra" que tardiamente serão compensados ou até perdoados, tudo dependerá da natureza humana e espiritual do individuo. 
O único medicamento contra o orgulho, é a humildade. E esta chega sempre em devido tempo, naturalmente ou por força de uma aprendizagem forçada e tardia. O universo, a par de Deus, é o único sistema que está sempre em equilíbrio absoluto. Quando este equilíbrio não acontece, a sua força é suficiente para o forçar. Daqui resultam, a título pessoal do ser humano, as grandes lições de vida a que vai sendo sujeito quando a aprendizagem não se faz naturalmente.  
Somos vitimas do orgulho, seja do nosso como de quem nos rodeia. A fraqueza da ignorância reforça-o continuamente...

03/07/2014

O desalento do não possuir

"Não possuir algumas das coisas que desejamos, é parte indispensável da felicidade"

Bertrand Russell

Vivemos afogados na tristeza criada pelo nosso próprio pensamento, pelo nosso desejo interior na busca daquilo que não possuímos. Afoga-mo-nos numa abstracta infelicidade que muitas vezes nem compreendemos o seu sentido e razão de ser. Porquê? Porque dispensamos muito tempo a desejar o que não possuímos e não valorizamos o que já temos. Se bem que o que temos, é parte irrelevante da nossa existência. Pois nós, seres humanos, resumi-mo-nos no final, ao que realmente somos e não ao que acumulámos materialmente. O ideal é inatingível para a humanidade no momento presente. A maioria vive obcecada por ideais materialistas, afunda-se nas tristezas da estrutura moral que possui, pois acha-a insuficiente para atingir a felicidade interior. 
É difícil ignorar o meio envolvente, é difícil não enveredar por termos de comparação e juízos de valor relativamente aos outros. É difícil demarcar-se de uma sociedade demasiado egoísta e egocêntrica. 
O Homem habituou-se a "pedir", seja do ponto de vista material, seja espiritual. A aquisição do que se deseja é sempre mais fácil através do caminho do pedido expresso, nunca pela conquista sã advinda do esforço e do trabalho. E quando o Homem não obtém o que deseja, ou se remete para níveis de infelicidade absurdos e incompreensíveis, ou somente deseja a destruição daquilo que não consegue possuir. A inveja é um flagelo moral.
A realidade é que a vida do Homem, é uma viagem onde não vai à procura de novas paisagens, mas sim de novos "olhos" (alusão a frase de Proust). 
Ao Homem, compete-lhe adquirir conhecimentos e moralidade suficiente para "ver" a vida com outros olhos e não buscar incessantemente uma felicidade que tanto lhe foge e nunca atingirá... 

27/06/2014

Julgamento sumário

"Estamos habituados a julgar os outros por nós próprios, e se os absolvemos complacentemente dos nossos defeitos, condena-mo-los com severidade por não terem as nossas qualidades."

Esta frase de Honoré de Balzac, expressa de uma forma simples o modo de actuação do Homem nas relações entre si. O julgamento rápido e sumário, é uma das maiores demonstrações de falta de Amor-próprio e Amor ao próximo que se pode expressar. 
Uma das realidades dos nossos tempos, é manifestamente a falta de Amor que existe entre os Homens. Essa crua realidade, expressa-se nas coisas mais imponentes e grandiosas, como nos mais pequenos actos do dia-a-dia. O desrespeito pelo ser humano, é total e quase completo. Do ponto de vista moral, as alterações comportamentais associadas ao não julgamento próprio sobre o certo e errado, são cada vez mais uma constante. O Homem tem vindo a rebater a sua consciência, ignorando-a e relegando-a para uma condição de fonte julgadora que não o deverá de atingir de forma nenhuma. Do ponto de vista espiritual, a condição materialista da humanidade, relega-a para segundos planos mantendo exclusivamente a preocupação no momento presente cheio de alegrias fúteis e bases de felicidade assentes em pés de barro. 
O Homem tem vindo a fugir da Fonte da Vida e da verdadeira Felicidade: o Amor.
A não expressão de Amor, seja a si como ao próximo, relega o Homem para uma existência vazia, fútil e muito infeliz. Mais uma vida "perdida"...
Antes de julgar os outros, o Homem deveria de julgar-se a si mesmo, considerando não um qualquer manual de Leis doutrinárias humanas, mas sim uma única lei: a Lei do Amor.

E esta lei resume-se da seguinte forma: "Fazer aos outros aquilo que gostaríamos que nos fosse feito"

07/06/2014

Os sonhos

O poeta Fernando Pessoa já dizia um dia que: "Deus quer, o Homem sonha e a obra nasce". 
Ora esta relação transversal entre as esferas espiritualistas e materialistas da vida não deixa de ser interessante, considerando que a obra só pode nascer do pensamento e o pensamento muitas vezes encontra as suas bases no sonho.
Falar sobre os sonhos, remete para uma análise bicéfala entre a espiritualidade e a ciência, pois se do ponto de vista da ciência os sonhos são gerados no inconsciente, fruto das vivências diárias e rebuscadas durante os períodos de sono, do ponto de vista espiritual, os sonhos vão muito além desta teoria.
Durante o sono, o espírito emancipa-se, liberta-se dos laços físicos do corpo momentaneamente (nunca se desligando dele! pois isso originaria a sua morte). A liberdade auferida nesses momentos é muito grande, e normalmente o espírito procura as suas afinidades e perscruta o seu passado. Por vezes, Deus concede que o espírito seja avisado sobre acontecimentos futuros (premonições), mas somente se forem para o seu Bem e úteis à sua evolução.
Regra geral, possuímos alguma dificuldade em recordar-mo-nos dos sonhos e isto acontece porque o espírito não recebe as informações, sentimentos e emoções pelos orgãos do corpo, logo dessa forma torna-se difícil ficarem registados e guardados, tal como guardamos emoções vividas ou odores, por exemplo. Se não vimos ou sentimos algo, será difícil compreender do que se trata realmente. 
O cansaço muitas vezes sentido depois de uma noite de sono, é fruto da ligação permanente que o espírito possui com o corpo (laço fluídico) e por esse facto, as experiências e actividades do espírito são também sentidas pelo corpo, levando ao cansaço do mesmo.
Sobre as interpretações dos sonhos, é importante compreender que os sonhos não são verdadeiros para o corpo, somente para o espírito, por isso sonhamos tantas vezes com coisas que desconhecemos, pessoas que nunca vimos e acontecimentos que nunca vivemos, por exemplo.


08/05/2014

As obras de cada um

"A cada um segundo as suas obras", já dizia Mateus no seu evangelho. Esta frase, atribuída a Jesus, possui em si mesma um elevado significado que cada um deve de transpor para as suas vidas e para o seu dia-a-dia, pois se reflectirmos um pouco, mesmo descrente, acabamos por verificar ser uma verdade absoluta. 
Uma leitura importante a reter, é que por muito que se julgue o contrário, um indivíduo não paga pelo erro do outro, a responsabilidade das acções fica sempre para quem as praticou. 
Bem verdade, que muitas vezes temos o sentimento que isso poderá não ser verdade, por inúmeros motivos, mas também é verdade que a nossa visão é demasiado pequena e fechada para percebermos todo o enquadramento da nossa existência neste plano físico. Isto significa que não devemos só de olhar para o momento (fazê-mo-lo sempre nos piores momentos da vida) e fazer juízos de valor sobre ele, culpando os outros pelo sucedido. Se somos prejudicados hoje, talvez tenhamos sido a origem desse prejuízo no passado. Sabemos que a força do Homem não se mede só pela sua força física, mas também pela sua força mental e espiritual, ora como tal, se o Homem possui em si um poder de acção mais abrangente que as suas capacidades físicas, quem poderá ignorar que os momentos que passamos, sejam eles maus ou bons, não são mais do que o resultado do que fomos semeando no passado?
É mais fácil culpar o outro. É mais fácil deixar as responsabilidades no outro. Mas as facilidades têm um preço, pois se não fazer mal já é bom para o indivíduo, não fazer o bem também não o beneficia em nada. A imobilidade tem também um preço: a não evolução.

Esta frase de Jesus: "A cada um segundo as suas obras", foi a sua resposta aos seus discípulos quando estes passavam por um cego e lhe perguntaram: "Quem pecou para este homem para nascer cego, ele ou os seus pais?"

Como um cego de nascença poderia ter pecado? Se a cegueira fosse "castigo de Deus" pelos pecados daquele homem, onde estaria seu pecado, pois era cego desde quando veio ao mundo?

A reposta é simples, a nossa existência não é só deste momento, mas de demais anteriores e como tal, somos hoje o fruto do somatório do passado. Deus não castiga ninguém. Deus ama-nos. Os nossos castigos são infligidos por nós próprios fruto do que "somos" e do que "fazemos". 


15/04/2014

Pegadas na areia...

Vou partilhar um sonho que tive uma noite passada.

Sonhei que passeava tranquilamente numa praia na companhia de Jesus. Conversávamos tranquilamente, sobre as coisas da vida, experiências e vivências da minha vida terrena. Parecia que a minha vida estava a passar ali como se de um filme se tratasse. Estava tranquilo com Jesus a meu lado.
A certo momento, sobretudo quando relembrava os maus momentos da minha vida, reparava que não havia dois pares de pegadas na areia, mas só um. Indignado, perguntei a Jesus:

- Senhor, tu disseste-me que estarias sempre comigo em todos os momentos da minha vida e reparo que quando estou nos piores momentos, as tuas pegadas não estão ao meu lado. 
Porque me deixaste só nos piores momentos da minha existência?

Depois de uma breve pausa, Jesus responde:

- Meu irmão, nem eu nem o Pai te abandonamos nem abandonámos nunca. O Pai ama todos os seus filhos, tal como eu vos amo. Nunca te deixei um minuto sozinho sequer na tua vida, tão pouco nas tuas horas de provas e sofrimento, estive e estarei sempre contigo.
O único par de pegadas que viste nos piores momentos da tua vida, não eram os teus, mas sim os meus, pois eu te carregava em meu colo.


Psicólogo de mim mesmo

A psicologia é o estudo do comportamento e dos processos mentais, no fundo, acaba por ser o estudo da alma.
Ouvir, é dos processos e tarefas mais difíceis que o Homem tem nos dias de hoje, na verdade sempre o foi, mas a evolução das sociedades, das mentalidades e da tecnologia, tem levado o Homem a percorrer caminhos cada vez mais desconhecidos e muito fora das suas zonas de conforto. O chamado stress, fruto de um conjunto diversificado de factores exógenos e endógenos dos indivíduos, é cada vez mais a causa de muitos problemas que afectam inúmeras sociedades. Mas sê-lo-á na verdade?
A humanidade "moderna" tem vindo a isolar-se de si e do mundo, fruto do egoísmo criado pelas das tecnologias (jogos, consolas, informática) e da própria mentalidade egoísta e egocêntrica que se foi criando ao longo da modernização das sociedades. Actualmente, as pessoas ouvem-se pouco, ou nada. Ninguém presta atenção aos outros, ninguém se preocupa com os outros. Cada um vive isolado e focalizado nos seus objectivos de vida primários e secundários. O chamamento à "realidade" é muitas vezes feito através das doenças, dos acidentes e incidentes que perturbam as nossas existências. No fundo, somos chamados a nós mesmos quando atingidos por contrariedades que muitas vezes colocam em causa toda a nossa existência e filosofia de vida. 
Quanto tempo se perde ouvindo alguém? 
Quanto tempo se dispensa em ouvir os desabafos de alguém que não está bem na vida e precisa de ajuda?
Quanto tempo perdemos (ou ganhamos!) para ajudar o próximo?
Todos somos psicólogos, ou julgamos ser. Todos cremos que estamos certos no nosso modus operandi no que respeita à nossa forma de encarar e levar a vida por diante. Mas será que essa verdade não é exclusivamente nossa?
Será que ouvir os outros, nem que seja uns minutos, não pode modificar as suas vidas ou os seus momentos?
Não temos de ser psicólogos de ninguém, a não ser de nós próprios. Mas para isso precisamos de nos elevar, seja em conhecimento como em moralidade, pois só assim podemos ajudar os outros, porque um dia seremos nós os necessitados... 

11/04/2014

Lição na carpintaria

Certo dia, numa carpintaria muito conhecida, com boa reputação, onde se realizam grandes e belos trabalhos, houve uma assembleia de ferramentas. Esta assembleia aconteceu, porque havia pequenas quezílias entre ferramentas e por isso entendeu-se necessário esclarecer-se algumas coisas e sobretudo mitigar as diferenças e divergências que foram sendo criadas.

No sururu inicial, o martelo fez-se ouvir e assumiu-se como o presidente daquela assembleia. Postura altiva, um grande ego, o martelo assumiu uma posição de força e arrogância.

Eis que logo as restantes ferramentas exigiram que se calasse e retirasse, pois não estava a contribuir nada positivamente para a resolução dos problemas e fazia muito barulho. Incomodava toda a gente. Ele que tivesse paciência, mas o lugar dele não era aquele e por isso que ficasse sossegado.

Bom, assim sendo o martelo encheu-se de humildade e retirou-se. Mas ainda antes, fez uma exigência. Pediu que também fosse retirado daquela assembleia o parafuso. Pois segundo ele, o parafuso precisava sempre de dar muitas voltas antes de servir para alguma coisa. Por isso o martelo considerava-o pouco útil.

O parafuso, lá quietinho no seu canto, toma a palavra e diz: Muito bem, eu retiro-me. Mas não me retiro sem que a lixa também se retire.

Isto porque segundo o parafuso, a lixa era muito áspera. Tratava sempre os outros com muita aspereza e vivia em perante conflito e atritos com os outros à sua volta.

E nem o parafuso tinha acabado de falar, já a lixa tomara a palavra revoltada e disse que o metro também deveria de sair dali. Isto porque o metro passava a vida a medir os outros e pior do que isso, era sempre segundo as suas medidas. O metro achava-se perfeito.

Mas quem lhe dava esse direito, sobretudo de medir tanto os outros? Perguntou a lixa.

A determinado momento, o carpinteiro entra na oficina, vestiu o avental, pegou nuns pedaços de madeira, começou a trabalhar, usando as ferramentas necessárias e transformou aqueles pedaços de madeira num bonito móvel.

O carpinteiro, sentou-se a contemplar a sua obra. Pensou para si: ficou bonito!

Então despiu o avental, limpou-se um pouco da poeira da madeira nas suas roupas e num último olhar satisfeito, sorriu e foi embora.
Logo que saiu, as ferramentas voltaram ao burburinho da discussão sobre os defeitos e diferenças uns dos outros.

Mas no meio da discussão, o serrote tomou a palavra, calmamente, disse:

Meus amigos, peço a vossa atenção para um pormenor importante nesta nossa assembleia. O que se passou há pouco tempo, teve uma importância tão grande que vocês todos ainda não perceberam como deve de ser.
Ali, está um móvel bem acabado, simples e bonito. Como viram, o carpinteiro usou de muitas ferramentas para o construir. Bem sabemos que todos temos defeitos, alguns já o manifestaram até publicamente. Mas também temos virtudes. E o resultado das nossas virtudes está lai, representado naquele móvel.

Então, todos acabaram por compreender, entender e aceitar que o martelo era forte, que o parafuso era necessário para unir partes e dar-lhes resistência, que a lixa era importante para limar as asperezas e que o metro era fundamental para obter medidas correctas.

Fez-se silêncio na assembleia.

Aquela reflexão do serrote, fez com que as ferramentas se sentissem melhor, mais confiantes, úteis e com mais vontade de trabalharem juntas, pois só assim conseguiriam ajudar a realizar boas obras, que sozinhas seria completamente impossível.

O túnel de Luz

"Durante muito tempo, que não consigo precisar, pois perdi completamente a noção do tempo tal como o conheci e vivia segundo as suas regras e ditames, encontrei-me num universo estranho e simultaneamente real para mim. 
A vida física já não fazia parte da minha existência, mas durante muito tempo não o soube, ou pelo menos não o quis aceitar. Sem parar, continuava a viver alguns dos momentos mais marcantes do final de uma vida terrena, que teimava em não abandonar. Sentia a dor, o sofrimento, a angustia de quem sofre, se sente desamparado e continua a perpetuar um sofrimento que já não é físico, mas moral. Durante muito procurei quem me "ouvisse". Só mais tarde soube que havia quem me podia ouvir dos dois lados da vida e me poderiam ajudar a sair deste tornado onde eu mesmo me tinha colocado.
Pedi ajuda, socorro e fui levado a quem me podia ouvir no plano físico. Através dele, conversei com alguém que me elucidou sobre algumas coisas deste meu Presente. o passado já era passado, o futuro desvendava-se agora à minha frente de outra forma e um novo horizonte se abria aos meus olhos. Aquela pessoa, explicou-me o que se passava comigo, o porquê do meu estado de sofrimento, tive oportunidade de através de alguém, poder exprimir-me, dizer o que pensava e sentia, utilizando um corpo físico que não era meu. Era similar ao que já tinha tido, por isso a adaptação foi relativamente fácil. O espírito daquele irmão estava ali também comigo, de certa forma guardando e protegendo o corpo físico que era seu, mas permitindo-me utilizar as ferramentas (pensamento e fala) possíveis para que eu me pudesse comunicar. Era como tipo um telefone...
Depois de algum tempo de conversa, senti uma calma como há muito não sentia. Sentia que a partir daquele momento já nada seria igual para mim. Sentia-me mais descansado e menos sofredor.
A determinado momento, senti-me acompanhado por uns irmãos vestidos de um branco imaculado e resplandecente, que de forma amigável e ternurenta me acompanharam para algo que mais se parecia um túnel de luz. Deixava para trás aquele corpo e aquele irmão que me deixara exprimir. Sentia-me a voar, suspenso no ar fino em direcção aquela luz tranquilizadora. Quando entrei nela, nada mais havia atrás de mim e um novo mundo, uma nova vida acabara de começar para mim..."


07/04/2014

Às portas do "inferno"...

Quando o Homem se julga acima do que realmente é, estabelecem-se novos paradigmas na sua vida, muitas vezes ilusórios, fruto de uma cegueira da sua existência interior que é de longe diferente da manifestada exteriormente.
As portas do "inferno" são já ali. Se bem que o inferno não exista como lugar real, existe na verdade dentro de cada Homem. O inferno é um lugar mitológico que não tem paralelo no que diz respeito ao sofrimento a que cada "residente" é sujeito e se auto-submete durante certo período de tempo. A permanência nesses "estados" não é definitiva, nem tão pouco obrigatória. Só depende de cada um.
A dor é física, mas o sofrimento é muito para lá disso. O sofrimento advém de estados mentais, criados e desenvolvidos pela forma como cada um vê e se vê no mundo que o rodeia. A porta do sofrimento, é tão larga quanto o Homem deseja, pois os estados de dor que se inflige, fruto de muitos defeitos próprios, mantidos ou desenvolvidos, pelo próprio e por todos quanto o rodeiam, são um caminho de fácil acesso. 
O Homem é o único responsável da sua dor e sofrimento. Quando as coisas são colocadas em perspectiva, acabam sempre por tomar outro significado e importância. Muitas vezes, os os aspectos negativos, reduzem a sua importância e relevância quando analisados e vistos de outro ângulo. As portas do inferno são somente a teimosia em não querer ver a vida por outras perspectivas, somente teimando em ver a materialidade de uma existência.
O desapego ao "mundo material" eleva o Homem, remete-o para níveis de consciência superiores, desmaterializa o mundanismo próprio dos seres inferiores e pouco espiritualizados.
Ninguém está condenado à partida, pois seria uma das maiores injustiças proporcionadas por Deus aos seus filhos. Simples e ignorantes, todos partem da mesma origem e a chegada só dependerá dos caminhos que escolher para si. Nada mais.
As portas do "inferno" são já ali...mas só para quer quiser.

03/04/2014

A utilidade das comunicações mediúnicas - I

O Homem sempre esteve ligado a um universo que ultrapassa o plano físico e objectivo conhecido. A alma ou o espírito, constitui-se como o elemento que faz a ponte entre os dois planos da vida. Descortinar o amanhã, o futuro, é e foi sempre uma das maiores ambições do Homem durante os tempos. A vidência, nas suas diferentes formas e características próprias e muitas vezes culturais, tem sido o recurso para a obtenção de respostas do além. 
A mediunidade, manifestada através dos médiuns, é a forma mais directa de comunicação entre o plano visível e invisível, que no entanto leva tanto o médium como o requerente, para um universo nem sempre lógico e compreensível. É preciso entender que o recurso à mediunidade que não para fins de auxílio e de ajuda ao próximo, é um caminho de perda moral e de criação de mais débitos espirituais. 
A evolução do Homem, levá-lo-à rapidamente a um nível de compreensão cuja necessidade de conhecer o futuro deixará de fazer sentido, pois a partir desse momento, este será capaz de compreender que o futuro é mutável e que o seu futuro só dependerá do seu presente e da forma como o for construindo. Todo o médium sério, tem a perfeita consciência que só sabe aquilo que pode e deve de saber a respeito dos outros, e que esse conhecimento tem um propósito único, que a ser partilhado (pois nem tudo deve de ser dito!) será útil e benéfico para quem se destina. Todo o médium tem o dever de transmitir o conhecimento adquirido somente se este for útil, benéfico e com amor ao próximo. Nunca para obtenção de benefícios sejam de que ordem for e muito menos materiais. 
Ao médium, é necessário seriedade e muita humildade, pois só assim será auxiliado ele também por bons espíritos que o ajudarão nas suas tarefas. Tarefas essas que não são mais do que o auxílio a quem mais espiritualmente está necessitado e também ao próprio médium que se ajuda a si próprio resgatando as suas eventuais faltas e erros do passado.  

21/03/2014

Psicologia e Espiritualidade

A aproximação do Homem na sua dimensão física às suas demais dimensões, tais como a psicológica e espiritual, é um caminho que tem vindo a ser percorrido ao longo da sua evolução. Actualmente, seja a ciência objectiva como a mais subjectiva, onde enquadro a psicologia por exemplo, tomam um papel importantíssimo na nossa construção como seres universais e simultaneamente únicos e individuais. 
Aliar a psicologia à espiritualidade, é cada vez mais um passo fundamental no processo de crescimento interior do Homem, pois sem a verdadeira compreensão da dimensão espiritual do indivíduo, dificilmente conseguirá compreender-se e analisar-se a dimensão psicológica do mesmo. Somos por fora aquilo que somos por dentro. E por dentro, somos o que pensamos e sentimos. 
Desta forma, numa visão simplificada, as bases da nossa real existência está na proporção directa da construção adquirida das nossas vivências, pois somos sempre o resultado líquido do que construímos no passado seja através das nossas acções, como pensamentos. Os pensamentos geram sentimentos e daí resultam as acções consequentes. 
Ouvir-mo-nos interiormente, é um processo fundamental na construção da nossa personalidade, do nosso carácter, daquilo que pretendemos projectar para o exterior. Tomar consciência do que realmente somos, seja ao nível das capacidades ou limitações, é o primeiro passo para o nosso engrandecimento pessoal e espiritual, pois a aquisição de conhecimento aliada à colocação em prática do mesmo, coloca-nos em planos superiores de evolução. 
Cada um é o árbitro constante da sua felicidade, sendo o único responsável pela sua manutenção ou prolongamento dos seus estados de dor e sofrimento.

14/03/2014

A felicidade e os balões

Certo dia, num colóquio, um orador que estava a dar uma palestra motivacional a um grupo de algumas centenas de pessoas, decide subitamente de parar a sua exposição.
Após alguns momentos, dirige-se à plateia e convida cada um dos presentes a entrar numa sala repleta de balões da mesma cor e lançou o desafio para que cada um encontrasse o balão onde estivesse escrito o seu nome.
Este exercício ou desafio, deveria de ser finalizado no máximo em 5 minutos.
Após indicação, as pessoas correram e lançaram-se quase desalmadamente sobre os balões, num caos completo, empurrando-se uns aos outros, lançando balões para todo o lado, algumas batiam praticamente nas outras em atitudes competitivas ou mesmo desesperadas.
Após os 5 minutos, muito poucos participantes detinham o balão com o seu nome. A tarefa não tinha sido minimamente concluída com sucesso.
Eis então, que o orador pede a cada um dos participantes que ainda não tinham o "seu" balão, que pegassem num balão qualquer junto de si, de forma aleatória, e o desse à pessoa cujo o nome estava escrito.
Em muito poucos minutos a tarefa tinha sido concluída, sem confusões e com muito sucesso.

De seguida, o orador dirige-se aos presentes da seguinte forma:

O que aconteceu aqui hoje, é o que acontece diariamente nas vossas vidas. Todos vós procuram desesperadamente e por vezes de forma caótica a felicidade ao vosso redor, sem saber exactamente onde ela está. 
O importante a reter deste exercício, é o facto de tomarem consciência que a nossa felicidade encontra-se na felicidade das outras pessoas. 
Contribuir para a felicidade dos outros, é contribuir para a nossa própria felicidade!

Este é, e deveria de ser, o propósito das nossas vidas...a busca da felicidade!

26/02/2014

Os altos e baixos da vida

A vida, é um momento num período temporal indefinido. É um processo puro de aprendizagem, onde nos construímos passo a passo. Os altos e baixos da vida, não são mais do que esse mesmo processo de aprendizagem a que nos vamos submetendo por força das nossas escolhas, decisões e circunstâncias. Os altos, servem para conseguirmos ver a distância das nossas conquistas, para conseguirmos ver mais além, naquele além onde sabemos que a nossa felicidade interior existe e aguarda que lá cheguemos. 
Os baixos, servem para nos relembrarmos da nossa condição demasiado humana e muito pouco espiritual. Os baixos servem para que não sejamos orgulhosos, vaidosos e egoístas. Não é fácil estar nos momentos mais baixos da vida, pois não conseguimos ver muito, não conseguimos ver mais além. sentimos-nos perdidos, sem rumo, tudo nos faz confusão.
Desde a mais tenra infância que nos sentimos perdidos. Vamos tendo os pais que nos balizam e equilibram, mas nos momentos de construção do nosso individualismo, o âmago da nossa existência é e sempre será muito confuso para entender. Pois nunca estamos, nem nunca nos sentimos realmente felizes. E porquê?
A aprendizagem da vida, que é feita na medida do que somos, merecemos e escolhemos, faz-se segundo processos que estão para lá da nossa simples compreensão, pois o quadro é amplamente maior do que julgamos e vemos. Não existem fórmulas mágicas para a felicidade. Atingir a felicidade, é um processo de renovação interior que demora muito tempo e carece de muitos sacrifícios pessoais que nem sempre estamos dispostos a tomar em consideração. 
Nunca será possível sermos felizes enquanto não formos para os outros o que desejaríamos que os outros fossem para nós. Esse é o caminho...