30/03/2012

A educação

A educação, quando bem compreendida é a chave do progresso moral.


Aprender não se trata só de um processo ao qual o ser humano é compelido a submeter-se por um qualquer capricho seu ou de alguém, trata-se sim de um meio de evolução pessoal. A aprendizagem, não é obtida somente nos meios escolares, mas a todo o momento durante a vida, através dos mais variados inputs externos. Aprender a viver em sociedade é fundamental, no entanto existe outro tipo de aprendizagem muito importante para o indivíduo per si, conhecer-se a si mesmo. Isto não serve só para melhor entender os outros que o rodeiam, mas para entender melhor a sua vida e a sua condição.
Só através da aquisição de conhecimento se consegue evoluir, seja profissional, emocional, moral e espiritualmente. Não basta ouvir falar das coisas, é preciso entender e apreender a informação. Tratar essa mesma informação é o passo seguinte, pois não é por saber e ouvir falar várias vezes sobre algo, que se irá colocar em prática o aprendido. É aqui que residem grandes diferenças entres as pessoas. 
Entrar no domínio da espiritualidade, no sentido de desejar conhecer-se a si mesmo numa perspectiva que vai bem para lá dos limites da matéria e do saber já adquirido, requer muito mais conhecimento que não pode ser adquirido sem passar por outras etapas de aprendizagem anteriores, sobretudo com um elevado sentido de moralidade. A educação, serve mesmo para isso, aprender e interiorizar conhecimentos que vão evoluindo conforme a capacidade de cada um, até se atingir níveis importantes de sabedoria. Não se pode exigir a um ser humano que pense nos outros quando a sua única preocupação é ele mesmo, da mesma forma, não se pode falar de espiritualidade a quem não vê mais que a matéria que o rodeia.


Tal como referiu Joahann Goethe (Escritor alemão): "Nada mais assustador que a ignorância em acção"


Do mesmo autor: "Quando o homem se conhecer a si mesmo, libertar-se-á das cadeias que o prendem a este mundo"

29/03/2012

A Caridade

Um dia alguém disse; "Fora da caridade, não há salvação"

Esta frase envolve-se de um carácter espiritual muito forte e abrangente ao ser humano nos domínios do relacionamento uns com os outros.

Mas afinal o que é a caridade?

A caridade pode ser interpretada sob diversas formas, sejam elas no domínio das doações monetárias, alimentares, amizade, benevolência mútua, tempo, amor, etc.. . Na prática a caridade é dar de si, em prol dos outros. 
A caridade, para muitas pessoas resume-se a doar dinheiro como se tal gesto as libertasse de um peso de consciência em como fizeram aquilo que deviam ou alguém as induziu a tal por obrigação. Na verdade, a caridade é muito mais que isso, ultrapassa as fronteiras criadas pelo dinheiro e pela condição materialista em que vivemos. Darmos de nós, seja carinho, amizade e amor incondicional de forma consciente de um bem que estamos a fazer a outrem, com pensamentos elevados e coração aberto, sem esperar por contrapartidas de qualquer ordem, é fazer o que Jesus nos pediu um dia; " Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei".
Gestos tão simples podem ser tão carregados de caridade e valor emocional que vale com certeza bem mais que dinheiro dado com uma mão escondida da outra.  Através da caridade, é possível ajudar alguém a curar-se, a reerguer-se, a acreditar, a ter fé, a libertar-se do negativismo e pessimismo em que muitas vezes se encontra na vida. Ser caridoso é fazer o bem, tanto aos outros como a nós próprios, pois mesmo não esperando por retribuição alguma, Deus nunca abandona os seus filhos e sobretudo nunca deixa de ajudar quem pratica o bem.
A caridade não tem religião, não tem credos e não tem dogmas, somente significa ter consciência que podemos ajudar os outros e querendo fazê-lo só contribuímos para o nosso desenvolvimento como seres humanos e espirituais, tudo em nome de um bem comum.


27/03/2012

A essência

Segundo Sartre, a existência precede a essência humana, isto é,  o homem não possui qualquer definição de si (essência) antes de fazer alguma coisa (existência). Já Aristóteles defendia o contrário. 
Independentemente das filosofias sobre a essência humana e a teorias do existencialismo, acabamos por no dia-a-dia definir as pessoas pelas suas acções, pela sua existência e muitas vezes pelo que aparenta ser. Ajuizamos os outros segundo os nossos próprios padrões de vida e estrutura de crenças, em primeira análise pelo que vemos, pelo o que nos apercebemos e pelas personas que estas nos mostram nos momentos. 
Na verdade, a essência do ser humano está muitas vezes longe da vista, longe do olhar incauto e pouco preparado, nem sempre fácil de encontrar em primeiras análises. Fundamentalmente, nem tudo o que parece, é.
Para encontrar-mos a essência de alguém, é preciso ir fundo na análise. Entrar nos domínios próprios da pessoa, no sentido que em olhamos para a pessoa não pela aparência, mas pela sua existência, pelas suas acções, pensamentos, emoções e palavras.
A este nível, descobrimos pessoas diferentes, com padrões existencialistas também diferentes, muitas vezes com preocupações elevadas e distanciadas dos terrenos sentimentos materialistas.
A essência de alguém é algo que perdura no tempo, algo que podemos carregar em nós na vida no espectro da saudade, da felicidade de ter vivido ou partilhado momentos com esse alguém, uma marca indelével existencial que passou por nós. Dificilmente se esquece alguém cuja essência é positivamente marcante.
É importante termos noção da essência do outro, pois só assim se pode realmente construir sólidas relações, sejam estas de amizade ou amor. 
Não importa o que mostramos e gostaríamos de ser, mas sim o que realmente somos.

26/03/2012

O sentido da vida - III

Quando nos conseguimos ligar ao nosso Eu interior, entramos no domínio da consciencialização de nós mesmos, isto é, começamos a conseguir enquadrar a nossa existência no mundo. Passamos a pensar e agir de outros modos completamente diferentes, a ver a nossa vida segundo novas perspectivas. Os problemas são os mesmos, no entanto ao conseguir abstrair-mo-nos emocionalmente deles, distanciando-nos do âmago do que nos perturba conseguimos mais facilmente encontrar as respostas e soluções para a sua resolução. Este pequeno passo, não é fácil, pois a somos constantemente assolados pela emotividade, no entanto aprender a distanciar-nos das coisas é o primeiro passo.
O sentido da nossa vida vai se traçando à medida que nos conseguimos "ouvir" a nós próprios, através da intuição, de sentimentos de Amor, da paz de espírito e sobretudo da constante monitorização do que é para nós sinónimo de felicidade não efémera. 
A prática do bem, do perdão, da caridade, da inibição de costumes de sofrimento como os vícios, de amar incondicionalmente, de não esperar dos outros...deixar de lado orgulho, o egoísmo e a vaidade. São estes alguns dos aspectos que libertam o coração e a mente, permitindo que novas perspectivas se abram na nossa vida, criando assim melhores condições para nos apercebermos qual é o sentido da nossa vida...


Qual é o sentido da minha vida?


É aquele que eu quero seguir, com a alegria e a felicidade de tornar cada dia um dia diferente, melhorando-me e ajudando, nem que seja um pouquinho, quem caminha ao meu lado. Fazer o outro feliz é sem dúvida dar sentido à vida, tal como não temer o futuro, pois esse está nas minhas mãos.

25/03/2012

O sentido da vida - II

A descoberta do sentido da vida só é possível ser feita de uma forma, isto é, sob a condição da tomada de consciência.
O ser humano só se torna completo quando consegue tomar consciência sobre si mesmo e sobre o meio externo, é fundamental este passo na definição da sua estrutura emocional, intelectual e espiritual. A tomada de consciência significa que o ser humano é capaz de fazer uma leitura racional e emocional sobre os mais diversos acontecimentos da sua vida. Tomar consciência significa que estamos dotados de um conhecimento mais ou menos amplo sobre o que nos afecta e nos traz felicidade, como tal é a partir daí possível pensar e agir em nosso favor. 
Tomar consciência requer um grande esforço da nossa parte, requer aceitar os nossos defeitos, torna imprescindível mexer com o que mais nos incomoda e magoa, é como segurar um ramo de lindas rosas e estarmos a magoar-mo-nos com os seus espinhos.
Quando conseguirmos entender a nossa essência, o que temos de bom e o que temos de menos bom, podemos então partir para o mundo para também o entender. Tomar consciência de nós é ir ao mais fundo da nossa essência, quebrar dogmas, passados de sofrimento, abrir a mente a novos futuros, novos paradigmas de felicidade. 
O sentido da nossa vida desenha-se na nossa mente e no coração, pois não é possível encontrar-se o nosso caminho, o sentido da nossa existência de uma forma unilateral, será sempre necessária a associação binomial da razão e da emoção. No entanto será no domínio do emocional e espiritual que conseguiremos encontrar-mo-nos a nós mesmos e daí o propósito desta existência. As respostas serão encontradas quando nos ligarmos a nosso Eu interior, ao Self, sem qualquer interferência das máscaras ou personas que usamos no nosso dia a dia.




O sentido da vida - I

Quantas foram as vezes em que nos questionámos sobre o sentido da nossa vida?

Nada no mundo se encontra livre de qualquer propósito existencial, independentemente da fé ou crenças de cada qual. 
Do mais ínfimo ser ao maior, tudo possui uma lógica própria, estando completamente desligada do nível de inteligência de cada ser, pois mesmo os seres monocelulares desempenham o seu papel na natureza.
A razão de vivermos enquadra-se num universo de complexidade inerente ao desenvolvimento pessoal de cada um, seja este intelectual, emocional ou espiritual. A busca incessante por motivos e objectivos é sem dúvida algo que assola, perturba e confunde a grande maioria das pessoas. O que sou? O que devo de fazer? Para onde caminho? 
As respostas, infelizmente, não existem num quadro universal, pois se assim fosse não seriamos seres inteligentes, autónomos e com livre arbítrio. Seríamos como um joguetes de uma inteligência superior com fins pré determinados. Na realidade, somos muito, muito mais do que pensamos ser. Mas para descobri-lo, é preciso iniciar-se a grande viagem da descoberta pessoal...uma viagem que todos, mais tarde ou mais cedo, iniciarão. 
Uma viagem ao mais profundo de nós, a lugares muitas vezes desconhecidos, inexplorados, onde poucos decidem aventurar-se pois o medo do desconhecido traz muitos bloqueios.
O primeiro passo antes de iniciar a viagem da consciência, é desejar mudar, desejar aceitar as forças não visíveis do Amor, mas sobretudo interiorizar de modo profundo que a nossa existência tem um propósito e fim maior e não menosprezável, ainda quer nos seja desconhecido neste momento. Cada um de nós irá descobri-lo por si...

24/03/2012

Mudar o futuro no presente

Como podemos nós mudar o futuro?

O ser humano normalmente movimenta-se nos domínios do passado. Nas suas conversas diárias, na forma de pensar, na forma de agir no momento e até nas projecções que faz do futuro tão desconhecido.
O passado remete-se ao conhecimento adquirido e o presente significa a acção que desenvolvemos com base no conhecimento que temos à disposição. Quando se fala no futuro, surge o medo, pois o desconhecido traz medos, anseios, bloqueios. O desconhecimento é algo com o qual não conseguimos lidar e é por causa disso que mais de 80% das nossas conversas e pensamentos são baseadas no passado, pois continuamos a achar que é com base no passado que podemos caminhar no futuro. O passado já o conhecemos, pois vive-mo-lo e o futuro não.
Mas a grande questão que pode levar à nossa mudança interna está relacionada com isto mesmo, se concentrarmos a nossa atenção no futuro que desejamos para nós, actuamos automaticamente no nosso presente e agimos nesse sentido. Logo é possível mudar o futuro agindo no presente!
Aceitar a mudança, aceitar a nossa existência, aceitar o próximo como ele é, aceitar acolher nos nossos corações sentimentos de Amor em vez de medos e sobretudo não querer mudar os outros nem o mundo, é mudar o futuro. O nosso futuro.
Não é o futuro que temos de recear, mas sim o presente. É no presente que está a chave da felicidade, da nossa eterna felicidade. 

19/03/2012

A bagagem da vida

Quando a nossa vida se inicia, trazemos connosco uma pequena mala de mão vazia. 
À medida que vamos evoluindo e vivendo a nossa vida, vamos enchendo a nossa mala com um pouco de tudo, até que um dia a nossa mala fica demasiado pesada para a transportarmos sozinhos. Nesse momento, pensamos o que vou fazer agora que não consigo carregar mais a minha mala?
Posso esperar que alguém passe por mim e me ajude a carregar a minha mala, mas e se essa pessoa também tiver uma mala tão pesada quanto a minha!?
Posso esperar que a minha vida acabe e a mala esvaziar-se-à por si ou então posso eu mesmo começar aliviar o peso da minha mala.
Olhando para dentro da minha mala tão pesada, vejo-a cheia e pergunto-me então o que vou retirar da minha mala? Tudo me faz tanta falta...
Pego então no Amor que é tão volumoso, mas por estranho que pareça este não pesa rigorosamente nada. O que pesará tanto então?
Vejo então ódio, ira, orgulho, vaidade, egoísmo e tantas outras coisas que pesam tanto. 
Se começar a esvaziar a minha mala com o que me pesa tanto, ficarei mais leve e poderei continuar a seguir caminho. Enchendo a minha mala de Amor, ela continuará leve e o meu caminho será muito menos difícil e penoso... 

A Felicidade

O que é para ti a felicidade?


Definir a felicidade é algo tão distinto como a existência de cada ser humano, no entanto pode definir-se como sendo um ponto de equilíbrio emocional num estado durável de plenitude. 
A felicidade é a razão de uma percepção nossa, depende de inúmeros factores que muitas vezes julgamos de ordem externa, que dependem de outrem ou de algo. Muitas são as pessoas que depositam a sua felicidade em bens materiais, nos familiares ou amigos próximos, como se a sua própria felicidade dependesse não deles mesmos mas dos outros.
A verdade é que a felicidade não reside em mais lugar nenhum que dentro de nós e está directamente relacionada com a forma como nos aceitamos, como vivemos, como observamos o mundo à nossa volta, como interagimos com os outros, como vemos os bens materiais à nossa disposição.  
As pessoas só são realmente felizes quando conseguem distanciar-se o suficiente de tudo o que é exterior a elas, quando não colocam nos outros ou nas coisas as razões da sua felicidade. Só nós conseguimos não nos magoar, pois os bens materiais são efémeros e as pessoas facilmente nos magoam. Aprender a ver a vida noutra perspectiva mais elevada, não atribuir mais importância do que o necessário aos bens materiais, não permitir que os outros sejam os donos da nossa felicidade e sobretudo deixar-se levar por sentimentos de Amor em plena harmonia com Deus, é sem dúvida o melhor caminho para a felicidade plena.
Ser feliz não depende de nada nem de ninguém, somente de nós e ninguém se deve desresponsabilizar pela sua própria felicidade.

16/03/2012

O Céu

Acreditas no céu? No paraíso?
Acreditas na paz e repouso eterno depois da morte?

Acreditar e ter fé em algo não visível e não palpável, é algo que o ser humano desde há muito vem alimentando na sua vida. Muitos não acreditam em nada que seja invisível, mas não deixam de crer que existe algo maior que eles, algo que não conseguem explicar mas conseguem ter essa noção sentimental. A ciência pode explicar muita coisa, mas muito mais existe por explicar e não é por isso que não exista e não seja por sua vez verdadeiro.
Muitas religiões acreditam num céu e num inferno, lugares com filosofias antagónicas onde num lado se vive em paz e no outro o perpétuo sofrimento. Mas a realidade pode ser bem diferente.
E se o céu ou o inferno só existissem dentro de nós mesmos? 
A justiça de Deus jamais permitiria que alguém por ter pecado que se arrependa verdadeiramente viva eternamente condenado ao sofrimento, isso seria contra as regras mais básicas de Deus. O resgate das faltas está somente por nossa responsabilidade, não de Deus ou qualquer outra pessoa. Somos nós que temos de corrigir o que fizemos de errado. Quem acolher o Amor e a Luz de Deus encontrará o caminho do arrependimento e assim o caminho da paz.  Encontrará o seu céu.
Cada um trilha o seu caminho, numa direcção ou noutra. Todos um dia teremos o nosso céu, ou um inferno. Viver o presente no Amor de Deus e praticar o bem é sem dúvida o caminho que nos levará ao céu tão desejado...pois um dia chegará o nosso momento de transição de mundos. Carregar os pesados fardos do pecado, levará o caminhante para um inferno penoso, o seu inferno. A consciência será sempre o melhor conselheiro e nosso juiz.

15/03/2012

Depois da vida - II

A vida que cada um de nós vive actualmente, seja qual for a perspectiva de cada um, tem um propósito maior que muito dificilmente pode ser entendido e compreendido na actual condição. Isto é, nada acontece por acaso e tudo o que vivemos é fruto da "sementeira" que fomos fazendo à medida que o nosso espírito tem vindo a evoluir.
A morte não é mais que um processo simples de finalização de um ciclo, de um conjunto de tarefas (completadas ou não, pois tudo está sempre dependente da nossa vontade própria) que nos comprometemos a realizar no sentido único e missionário da nossa evolução espiritual. 
Qual é a minha missão nesta vida?. A resposta é simples na essência, mas difícil na aplicabilidade e consiste no único propósito da nossa evolução em direcção à perfeição, que só pode ser atingido através da caridade e vivência no Amor e humildade. 
A morte não deve de ser encarada com medo, pois é bem verdade que é difícil partir ou ver os entes queridos a partir para a pátria espiritual, mas essa partida reveste-se de especial significado, sobretudo para aqueles que durante a sua vida terrena fizeram o que estava ao seu alcance para se melhorarem, para se aperfeiçoarem como seres humanos e espirituais, para encontrarem no caminho do Amor pleno e incondicional a razão do seu trabalho, da sua dedicação e da sua vida plena. É isto que Deus pretende dos seus filhos e foi esta uma das grandes mensagens que Jesus Cristo nos deixou. Para quem praticou o Bem e o Amor, a morte é a recompensa do espírito, pois este abandona um corpo que lhe trouxe amarguras, tristezas e muito sofrimento. O espírito volta à sua pátria mais leve, mais brilhante e um pouco mais perfeito. É o seu momento de libertação.
Por outro lado, a morte pode e deve de ser encarada com muito receio por quem na sua vida se limitou a olhar somente para si, vivendo de olhos fixos no materialismo, nos luxos e prazeres desmesurados, alimentando o orgulho, o egoísmo e a vaidade. Para esses, a morte não será de todo uma libertação, mas sim  o início de longo e penoso sofrimento...
Para essas pessoas, a vida futura será um recomeçar de novo, uma nova oportunidade de rectificar o que se fez e fazer o que se deveria de ter feito, em prol do seu próprio bem e evolução moral e espiritual.

14/03/2012

Depois da vida - I

Será que existe algo mais depois da morte?
O que nos espera depois de morrermos?
Se a vida for uma peça única, qual o seu propósito?
O que devo esperar desta vida? E da morte?


A morte desde há muito que suscita a curiosidade do ser humano, seja numa vertente negativa aliada ao medo de deixar esta vida pelos mais diversos motivos, seja noutras vertentes mais espiritualizadas.
O homem teme a morte, mas no fundo não sabe bem o porquê desse receio. Seja pelo medo incutido de deixar para trás o que ama e criou materialmente ou por não voltar a ver e amar os seus entes queridos. A morte é vista como algo de mau, tudo porque está envolvida em sentimentos de medo, mas a realidade pode ser bem diferente. 
A morte é um estado transitório à nossa condição humana e espiritual, a grande maioria das religiões estabelecem um paralelismo entre o ser humano físico e o ser espiritual que todos somos, acreditando seja pelos actos de fé ou pela demonstração, que o espírito é imortal, muito contrariamente ao invólucro que o acompanha durante a vida, chamado de corpo físico.
O corpo físico em toda a sua estrutura, corporal e intelectual, é a manifestação pura do espírito que o acompanha, na razão plena do que representa na sociedade onde se encontra. As pessoas são e manifestam-se aquilo que o seu espírito é na sua essência, seja esta boa ou não.
Para quem defende que só temos o gozo de uma vida, muitas questões e levantam a esse respeito e sobretudo no julgamento e actuação de Deus neste processo. Se Deus é justo, porque então permite que algumas pessoas tenham vidas tão boas materialmente e outras não? Porque não dividiu equitativamente as riquezas e inteligência pelos homens? Porque não temos todos as mesmas oportunidades? Porque sofrem tanto alguns e outros não? Porquê dar ouvidos à consciência e alimentar o Bem e o Amor, se podemos fazer tudo quanto desejarmos sem sermos julgados espiritualmente? Para quê acreditar no invisível e preocupar-me com os outros? 
Muitas outras questões poderão ser levantadas a este respeito, mas se Deus nos dotou de consciência e de livre arbítrio é porque realmente temos uma missão a cumprir nesta vida e que nada se esgota por aqui, porque senão não haveria glória nem recompensa existindo uma interrupção de árduo trabalho e dedicação a nós e aos outros. 
A vida continua mesmo depois da morte física. Deus é magnânimo e justo, por isso permite que todos tenham as mesmas oportunidades para evoluir e experimentar todas as faces da sua existência, seja com boas graças ou maiores dificuldades. Mas o propósito final é sempre o mesmo.




O passado e o futuro

O que representa para ti o futuro?
O que representa o que ficou para trás na tua vida?

As pessoas têm tendência a viver um futuro que ainda não aconteceu, muitas vezes a sofrê-lo por antecipação. O ser humano sempre gostou de imaginar o futuro, tentar adivinhá-lo, por vezes concebê-lo segundo os seus padrões de fé e de vida. É, e sempre foi algo inato à nossa condição terrena, talvez sempre o será também. No entanto existem alguns detalhes que carecem de melhor atenção, pois é nos detalhes que encontramos muitas das razões dos nossos sofrimentos e uma das causas é mesmo essa; viver o futuro agora.   
Antes de mais, é muito importante entender o nosso passado. Ter a noção de onde viemos, do que fizemos e do que deixámos para trás que deveria de ter sido feito. O passado condiciona o futuro, mas acima de tudo condiciona o momento presente. É neste pequeno detalhe que reside muita da nossa infelicidade. O ser humano esquece-se de viver o presente, fica muitas vezes agarrado e refém do passado e sofre a antecipação de um futuro que imagina muitas vezes como menos feliz. 
Não devemos de ficar no passado, mas devemos de aprender com ele, retirar as lições de vida que nos permitam viver o momento presente com maior alegria e felicidade. Pois o que realmente conta, não é o passado nem o futuro, mas sim o presente...o agora, o já. E é agora que temos de encontrar os meios de sermos felizes, não adiá-los para um futuro incerto que não está nas nossas mãos e muito menos ficar preso às alegrias ou tristezas do passado.
Do passado colhemos hoje o que semeámos, mas não podemos esquecer que também no futuro iremos colher o que semearmos agora. Que façamos hoje as boas sementeiras do futuro.
Viver no presente é a única realidade que temos, façamos dela um momento de felicidade. 

11/03/2012

A paciência

Quantas vezes tão pequena coisa nos perturba tanto, levando-nos a perder a paciência?
Porque nos deixamos entrar em estados de irritação?

O nosso nível de paciência está relacionado com a nossa capacidade de leitura dos acontecimentos, no contexto em que estes ocorrem, bem como o tipo de energias que carregamos no momento. Ter mais ou menos paciência, não depende de nada nem de ninguém, somente de nós mesmos. Depende substancialmente da capacidade de analisar os momentos, sejam estes bons ou maus. Agir com paciência só pode ser feito se actuarmos com sentimentos de Amor, não com ira, raiva e tristeza. 
Não é fácil, infelizmente. Ter paciência é um grande desafio que temos de enfrentar. Tudo à nossa volta, a Vida, segundo um contexto pessoal interno e externo, tudo um pouco vai contribuindo para que não se consiga desenvolver a nossa paciência e estabilidade emocional.
Na realidade, a falta de paciência contribui para que carreguemos um fardo grande de infelicidade e de tristezas, por vezes fracturantes para a nossa vida.
Se conseguíssemos afastar da nossa visão e do coração tudo o que não fossem sentimentos de Amor, a perspectiva que temos da vida seria completamente diferente, pois poderíamos vivenciá-la com muito mais felicidade e sentiríamos os desafios diários menos pesados e difíceis. É sem dúvida um grande desafio. Algo que só pode ser construído no mais intimo e profundo de cada um de nós. Requer muito esforço e dedicação, requer muito Amor próprio e Amor pelo próximo. 
A vida, esta vida, é somente parte de um todo. Uma pequena parte de um puzzle amplo e complexo que desenvolvemos e criamos à medida que vamos evoluíndo, pela vontade própria, com objectivo último de atingir o topo da evolução espiritual. Ter paciência é entender e aceitar a nossa condição de seres num processo evolutivo constante e como tal, no que à paciência diz respeito, a revolta e a ira não conduz a mais lado nenhum que à estagnação espiritual e à desagregação emocional tanto em nós próprios com o o mundo que nos rodeia.
A maior parte das situações que nos fazem perder a paciência, são coisas independentes de nós e da nossa vontade. De que vale a pena irritar-se por algo que não conseguimos controlar, se bem que na verdade nada conseguimos controlar. Isso é pura ilusão. O desafio é mesmo conseguir gerir as nossas emoções e aprender a ter paciência.
Não é fácil, mas temos de conseguir, tudo em nome da nossa própria felicidade.

06/03/2012

O nosso Diamante


Porque algumas pessoas despertam tanto a nossa atenção e outros não ?
Porque ajuizamos as pessoas como boas e outras más ?

Tomando um diamante como imagem de referência, algumas pessoas souberam polir as faces do seu diamante, tornando-o mais próximo da perfeição, mais brilhante. Outros, no entanto, não conseguem polir o seu, continuando este no estado bruto e cheio de imperfeições naturais. O brilho pessoal é um dos factores diferenciadores entre as pessoas.

Mesmo os diamantes imperfeitos encontram-se sempre em condições de serem trabalhados, polidos e atingirem elevado grau de perfeição. Para tal é preciso ir limando e polindo cada uma das faces, aperfeiçoando-as até que o brilho característico dos diamantes se torne visível e mostre a sua beleza interior e resplendor.
Cada face de um diamante imperfeito pode ser representada pelos traços característicos dos seres humanos materialistas, tais como; Orgulho, Egoísmo, Vaidade, entre outros. São estes alguns dos aspectos mais relevantes que caracterizam os diamantes em bruto, pouco polidos, mal trabalhados. Tal como as pessoas de quem ajuizamos menos boas, menos brilhantes.
Essas pessoas vão mantendo o seu diamante em estado bruto, sem preocupações em trabalhá-lo diariamente no sentido de o tornar mais perfeito, mais belo e mais brilhante. Esse é o caminho da felicidade que muitas pessoas ignoram e não permitem que o seu diamante brilhe.
Por outro lado, muitas outras pessoas mantém o foco e atenção no trabalho constante para aperfeiçoar e tornar mais brilhante e perfeito o seu diamante. Vivendo a sua vida à luz do amor, de Deus e tentando evitar os caminhos de perda e pecado.
Todos podemos tornar o nosso diamante mais brilhante e fazer com que os diamantes dos outros também brilhem, por isso é fundamental acreditar que podemos ser felizes ajudando os outros também, pois o grande Mestre Jesus deixou bela mensagem a esse respeito: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei.” (Jo 15, 12).
Todos temos ainda muito trabalho para fazer, no sentido de tornarmos o nosso diamante mais perfeito e brilhante.

FC

O Amor e o Medo

Quantas vezes sentiste medo? E amor?
Quantas vezes te perguntaste porque tens tantos medos?
Quantas vezes sofreste por amor?

Por muito que se possa pensar e tentar encontrar explicações para tudo e mais alguma coisa do que se passa nas nossas vidas, seja de bom ou de mau, tudo tem uma explicação muito simples e objectiva. 
A nossa vida pode resumir-se a duas categorias de sentimentos: o Medo e o Amor.
Tudo gira em torno destes dois sentimentos, pois é neles que depositamos basicamente toda a nossa vivência como seres humanos e espirituais. 
Tudo o que não compreendemos, não dominamos, desconhecemos, tudo o que nos faz sofrer de uma forma ou de outra, enquadra-se nos medos. E são as vivências nos medos que nos transportam para a infelicidade, para as dúvidas existenciais, para os conflitos internos e externos, para tudo o que nos encaminha para a perda e para uma existência tudo menos feliz.
Por outro lado, a vivência no amor abre os caminhos que conduzem à felicidade. Viver em amor, significa aceitar-mo-nos como seres completos, aptos a ser felizes e trazer a quem nos rodeia sentimentos de felicidade. Aceitar o próximo, compreender o nosso papel na vida, vivenciar o caminho da evolução moral e espiritual com humildade, sem orgulho e sem egoísmo, permite um novo despertar para a vida, sem medos.
O segredo é simples na essência, mas difícil de por em prática. 
Viver no amor, passa por não colocar nos outros a responsabilidade da nossa felicidade, seja esta em termos de bens materiais ou espirituais. A felicidade está dentro de nós mesmos, no nosso coração e não são os outros que têm de responder por ela ou assumir o papel de guias presentes ou não. Nós somos responsáveis pela nossa própria felicidade e somos nós que a temos de ir construindo e alimentando. Com certeza que existe algo muito maior que nós que nos apoia e ajuda, que é Deus, no entanto não é Deus o responsável pela nossa vida mais ou menos feliz. Somos nós através das nossas escolhas diárias, do nosso livre arbítrio que vamos mais ou menos condicionando o nosso caminho de vida. A nossa busca pela felicidade.
Todos nós somos e temos condições para sermos felizes, somente é preciso ver a vida mais de cima, mais com o coração e sobretudo elevar o pensamento a Deus e aos sentimentos de amor próprio e ao próximo.
O amor não está nem longe nem perto, está exclusivamente dentro de nós...basta procurá-lo.