10/12/2012

Livro: Favos de Luz

Neste livro encontram-se algumas respostas a 304 questões da actualidade, respondidas pelo espírito Miramez. 
São temas da actualidade, analisados com discernimento e numa óptica de Amor, que nos levam a reflectir e olhar o mundo com maior profundidade e harmonia.  

Autor: João Nunes Maia

Editora: verdade e Luz

23/11/2012

Um agradecer...

Não importa se nos acompanha uma crença, doutrina ou uma fé. Seja como for, na verdade é difícil esconder o facto, de que por muito que custe acreditar, existe algo superior a nós e que de alguma forma gere todo este nosso universo. Seja como for, chame-se Deus, outro qualquer nome ou epíteto, dependemos de forças ocultas que estão para lá do nosso entendimento e compreensão, que muitas são as vezes, nos remetem para uma condição de fragilidade parcial ou absoluta face ao que julgamos que somos. Ainda assim, quantas vezes em consciência agradecemos o bom que nos acontece? 
Será que o pão e a água que recebemos, é condição obrigatória que algo ou alguém nos tem que dar?    
Será que as alegrias que experimentamos são também elas obrigatórias na nossa vivência? E as tristezas?
Na verdade, deveríamos de olhar um pouco mais para dentro de nós mesmos e agradecer o que a nós é trazido de alguma forma. Se as leis do universo regem o nosso mundo, sob as quais não temos mínimo poder de acção, porque não agradecer intimamente as benesses que nos são trazidas?
Julgaremos nós ser detentores de direitos absolutos sobre tudo o que se encontra na nossa vida? E se o universo se "virar" contra nós e nos mostrar que não somos nós que mandamos?
Agradecer é uma acto de humildade, de elevação moral e sobretudo de uma profunda consciência da dependência de outrem, porque isolados não representamos nada. Tal como a gota de água é insignificante num imenso oceano. 
Porque não tomar consciência e agradecer o hoje?
Porque não trilhar um melhor amanhã, olhando para nós e para o próximo trazendo-lhe e fazendo-lhe o que gostaríamos que nos fosse feito a nós? 


24/10/2012

A família material

A família é vista à luz da Constituição, como um dos pilares fundamentais da sociedade. No entanto, a evolução dos tempos tem trazido novos paradigmas relativamente ao seu papel e às novas figuras pelas quais se vão desenhando as famílias actualmente.
Analisando agora separadamente a questão da visão da família aos nossos olhos, somos muitas vezes confrontados com um dogma que é cada vez mais dificilmente aceite, que consiste no facto de termos de aceitar a nossa família tal como ela se nos apresenta e interage connosco. Na verdade, muitos dirão que os amigos podemos escolhê-los, mas a família é o que é e pronto, aprecie-se ou não. 
Sobre a questão da família material, os membros de uma família juntam-se sob o signo da simpatia espiritual entre eles, isto significa que a essência de uma família encontra-se como que determinada num processo de evolução de cada um dos membros que a compõem. Todos são úteis a todos e nenhum isoladamente evolui sem a interacção com os restantes. Sejam em condições de provações, de missão ou de evolução simpática, todos os membros da família possuem um papel determinante na formação da mesma. Na verdade, existem também nas famílias, alguns membros que poderão ser vistos aos nossos olhos como que outsiders, elementos estranhos ou até não simpáticos. Este facto deve-se a uma missão ou provação dos mesmos, integrando-se num meio familiar que lhes é alheio mas que lhes serve de meio de progresso a vários níveis, sendo este elemento normalmente menos evoluído moral e espiritualmente que os restantes. Em algumas situações, também se poderá dar o contrário, podendo este ser mais evoluído e dessa forma contribuir para a evolução dos restantes. 
Como a sociedade não consegue evoluir como um todo, o processo evolutivo do indivíduo faz-se através da sua interacção num meio mais pequeno, numa família, onde aí consegue fazer a diferença, contribuindo no seu melhoramento e nos demais à sua volta. 

16/10/2012

Viver na crise...

Uma crise pode ser sempre de várias ordens e alimentada sob os mais simples ou complexos pretextos. O ser humano não sabe lidar com as crises, não faz parte da sua condição essencial, pois todos nascemos com o desejo intrínseco de prosperar nas mais diversas áreas da vida. Regredir não faz parte dos desígnios das leis de Deus do ponto de vista moral e espiritual, mas também o empobrecimento material não o é. 
Os homens, entregues às leis dos homens, não podem esperar mais do que a ilusão de um mundo melhor, pois os estados evolutivos nos campos morais e espirituais de cada um, são completamente diferentes. A escala e dimensão dos valores direccionados para o bem comum, vão muitas vezes diminuindo à medida que aumenta a ligação do homem à matéria e aos bens materiais, assim também o homem se afasta de Deus e dos seus desígnios  O homem, não precisa de religiões, credos ou algum tipo particular de fé para realizar as obras maiores de Deus, pois no fundo estas resumem-se muito facilmente: Amar o próximo tal como a si mesmo e fazer aos outros o que gostaríamos que nos fosse feito a nós.
Muitos homens só se amam a si mesmos, talvez porque a sua ignorância é demasiado grande no que respeita a sua real condição no universo. A vida não é este momento e não é somente esta existência, a vida possui uma amplitude que vai muito para lá do entendimento do homem materialista. Este um dia conhecerá, por si, a verdade sobre si mesmo.
As crises acabam sempre por ter um lado positivo, talvez o único considerando isoladamente o ser humano, porque é nas crises que o homem acaba por ter uma visão mais clara e ampla de si mesmo, tanto pelo seu pensamento, como pela sua vontade, se apercebe que a sua existência extravasa muito a sua simples condição corpórea.    
Nós somos mais do que aquilo que se vê, precisamos dos outros para evoluirmos e irmos completando degrau a degrau a nossa caminhada de evolução moral e espiritual. Através das nossas acções vamos completando o ciclo da nossa existência actual e futuras.... 
A sementeira é livre, mas a colheita é obrigatória!
Viver na crise não é materialmente fácil, mas é claramente um atalho que pode ser bem aproveitado para evoluir moralmente e reconhecer o outro, como seu semelhante. A vida trás-nos sempre grandes lições, quando por nós próprios, não conseguimos entendê-la devidamente....Aprendamos.


07/10/2012

Medo do presente

Todos temos medo de alguma coisa, o medo faz parte da nossa condição humana, pois a partir do momento que desconhecemos ou somos ignorantes por vontade própria sobre algo, protege-mo-nos  atrás da capa do medo.
A ignorância é um flagelo para nós, que muitas vezes nos devasta nos mais intimo de nós próprios, pois desconhecer é sinónimo de impedimento de avanço e de progresso a nível pessoal ou colectivo.
Pensar demasiado no futuro desconhecido é um erro que muitos de nós cometemos e através desse erro, limitamos a nossa visão e vivência do presente. Todos nós fomos abençoados com o dom da vida e do amor próprio, se bem que muitos vivem ignorando esses factos, perpetuando a sua existência na contínua infelicidade de um presente infeliz por culpa própria. A renovação interior é um passo crucial e fundamental nas nossas existências, aceitar-mo-nos tal como somos e viver a vida que escolhemos ou que nós mesmos procurámos. Para viver o presente de uma forma mais feliz, é importante, vivê-lo em primeiro lugar dentro de nós próprios, através da expansão do nosso amor próprio e posteriormente, amar o próximo como gostaríamos de ser amados.
Não é necessário encontrar um lugar numa qualquer religião ou doutrina, somente é necessário aceitar a sua existência como algo que ultrapassa a sua condição física, entrando assim nos domínios da espiritualidade. É aqui que o ser humano adquire plena consciência de si mesmo e adquire uma nova visão tanto de si, como do mundo que o rodeia. Crescer espiritualmente, é sinónimo de crescimento pessoal interior que se manifestará rapidamente para o exterior. 
O medo do presente, advém de uma impreparação do individuo no conhecimento pleno de si mesmo e da vida. Não vale a pena pensar no futuro, pois é no presente que reside a chave da maioria dos problemas. E a chave é a consciência espiritual de si mesmo.

26/09/2012

E se não encontrar o meu "céu"?

Nem todos chegarão ao seu "céu" um dia, mas também poderão necessariamente não viver o seu "inferno". Então para onde irão?

Existe uma região abstracta entre o "céu" e o "inferno" para onde irão temporariamente todos quanto ainda não se encontram suficientemente purificados e também cuja essência não justifica uma vivência sofredora no plano moral do "inferno". Essa região é muitas vezes designada como "purgatório" ou "umbral".
Tal como o "céu", o "inferno" ou o "umbral", não são regiões físicas ou metafísicas, mas sim um estado de condição ou dimensão existencial. No fundo pode ser caracterizada como uma dimensão que se encontra entre os planos Material (Inferno) e Espiritual (Céu) e é como que uma porta de entrada para um ou outro plano, conforme a essência e evolução de cada um. 
Como todo o espírito tem como missão a sua evolução moral, intelectual e espiritual, uma passagem por esta dimensão reflectirá sempre a sua ainda frágil condição evolutiva estando ainda demasiado ligado à materialidade e valores terrenos e menos à condição espiritual. Apesar de ser um estado transitório, não é de todo uma viviência aprazível para os espíritos que lá se encontram, pois estando ainda ligados a frequências vibratórias inferiores, são constantemente sujeitos a índices elevados de sofrimento e amargura devido à carga emocional trazida das suas vivências físicas e terrenas. Muitas vezes, são constantes os momentos de culpabilização e auto flagelação emocional devido aos actos previamente praticados e cuja essência menos positiva foi agora tomada em plena consciência.
A passagem por esta dimensão, pode ser tanto o quanto breve consoante a vontade própria do espírito em adoptar e aceitar em si os valores máximos do Amor Divino. Também mediante o estado evolutivo de cada um, a passagem pelo "umbral" pode ser meramente uma passagem muito curta para a entrada do nosso "céu".
A máxima terrena do "cá se fazem, cá se pagam!", não é de todo verdade. A realidade é que nada fica por acertar ou pagar entre nós e os outros, pois todas as nossas acções são respondidas a seu tempo com as respectivas reacções. Mas  estas acções menos boas, poderão não ser necessariamente pagas na condição física (encarnado), podendo sim remeter o espírito para longos períodos do indefinido tempo no "umbral" ou no "inferno"... sofrendo moralmente por tudo o que de menos bom fez na vida.

25/09/2012

A Mediunidade

Desde os tempos mais remotos que existe uma linha muito ténue que o homem sempre quis ultrapassar: comunicar-se com aqueles que já partiram.

A mediunidade é uma faculdade humana que permite estabelecer a comunicação entre o nosso plano físico e o plano espiritual, isto é, permite uma comunicabilidade entre nós e os espíritos. Todos nós somos possuidores desta faculdade, sendo que, dependendo do grau evolutivo de cada um, esta pode estar mais ou menos desenvolvida. Desde há muito que existe e se estuda as comunicações entre os espíritos e nós, sendo que as provas são desde há muito documentadas e relatadas desde os povos mais antigos. Um exercício muito simples pode ser o facto de muitas vezes estarmos sós, mas de alguma forma nos sentimos observados, ou  que temos o sentimento que está lá alguém mais do que nós, sem contudo vermos alguém.
A crença na continuidade da vida depois da morte, vem não só relatada na bíblia, como também em diversos estudos científicos que comprovaram que mesmo depois de mortos, muitas pessoas conseguiam provar a sua "existência" noutro plano que não o nosso físico e material.
As interacções entre o plano material (nosso) e o espiritual, são constantes e quase permanentes. Muitas vezes damos por nós a ter ideias que apareceram do nada, ou  visões de algo que se irá passar no futuro próximo, ou sentir-mo-nos tocados por algo invisível, ou por exemplo que através da escrita nos expressamos de uma forma completamente diferente do que habitualmente falamos. Isto só para dar alguns exemplos, pois a mediunidade tem inúmeras formas de se expressar.
Por muito materialistas que possamos ser, sempre teremos o sentimento que não estamos sós e que algo existe para lá da nossa condição física e material. 
Às pessoas que possuem uma mediunidade mais desenvolvida, são chamados de médiuns e é através destes que se realizam os processos de comunicação entre os dois planos.


Entre o céu e o inferno

Dentro de nós, existem dois mundos distintos. As religiões definiram-nos como um sendo o céu e o outro o inferno, sendo que num vive-se a plenitude da felicidade e no outro as amarguras do sofrimento. Seja num ou noutro, aprendemos a crescer e a viver definindo a nossa actuação na vida entre estes dois mundos tão distintos. Consoante as nossas acções na terra, vamos enquadrando a nossa condição espiritual, no bem ou no mal e assim definindo a nossa posição no nosso "céu" ou no nosso "inferno".
Na realidade, estes mundos não existem em nenhum plano físico ou metafísico, somente existem e continuarão sempre a existir dentro de nós. Seja na condição de encarnado ou desencarnado, todos temos direito à experimentação destes dois mundos e segundo a essência de cada um, se poderá evoluir de um para o outro. O processo evolutivo do ser humano faz-se através da passagem por diversas etapas na sua vida e segundo as mais básicas leis, como por exemplo as da Causa-Efeito ou da Reencarnação, o homem vai construindo aquilo que será o seu momento de vivência. 
Quem dentro de si viver e se encontrar no obscuro mundo do "inferno", só terá possibilidade de lá sair quando no seu coração aceitar os maiores desígnios dos sentimentos puros do Amor e de Deus. Pois todo o homem tem direito ao perdão e resignando-se das suas faltas, será alvo de uma reconversão para o bem e consequentemente para o plano do "céu". 
O "céu" só existe dentro de quem aceita para si os elevados valores da vida e do amor, tanto para si como para o próximo. Só encontra o céu quem faz ao próximo aquilo que gostaria que lhe fosse feito a si, no plano do bem, obviamente. 
Através da lei da Causa-Efeito, toda a nossa acção é revestida de um efeito que a nós retorna em igual ou maior proporção e segundo a mesma essência com que foi praticada. Sendo que para se chegar ao "céu", somente através das boas acções é possível a conquista  da felicidade plena e absoluta.
A reencarnação, serve numa lógica temporal maior e indefinida, para que cada um de nós tenha a possibilidade de se encontrar e acertar com quem de alguma forma prejudicou e não trouxe o amor devido.  

20/09/2012

Uma visão deturpada

Quantas vezes os nossos olhos não conseguem ver o quadro da nossa vida de uma forma clara e límpida?

A visão deturpada fruto de uma evolução marcada pela construção permanente de uma felicidade assente em bases pouco sólidas, muitas vezes demasiado materialistas e raras vezes alicerçada noutros aspectos fundamentais à sã coexistência humana e sobretudo connosco próprios, faz com que vejamos a nossa vida como uma amálgama de momentos que consideramos tristes, vazios e desprovidos de sentido e de felicidade. A culpa é nossa, de mais ninguém. A visão de um passado depende de nós exclusivamente, tal como a visão que temos do presente e do futuro. Depende da elevação moral e intelectual que conseguimos atingir até ao momento. Mais que isso, depende da elevação espiritual adquirida. 
Não é possível progredir na vida sem o alinhamento destas 3 condições, pois a nossa felicidade está muito mais dependente de nós mesmos do que de condições externas a nós. Não é o meio onde nos encontramos, tão pouco a maior ou menor condição social e financeira que possamos possuir que nos fará mais ou menos felizes. A felicidade depende de factores internos, depende de uma visão clara sobre a importância da vida e da utilidade que lhe damos. Por muito dinheiro ou bens que se possa possuir, nada pode comprar a felicidade absoluta.
Verdade que a nossa vida está preenchida de todo o tipo de momentos, mas só uma mente e coração abertos, poderão tomar real consciência da aprendizagem de cada um dos momentos pelos quais passámos. Em cada um deles, mais ou menos felizes, se aprendeu algo que directamente contribuiu para a nossa evolução e progresso. Não é possível ser feliz nem experimentar a felicidade, se estivermos bloqueados aos maiores sentimentos que regem a humanidade. É preciso ter presente que o orgulho, o ego e o egoísmo são os vectores directos que conduzem à infelicidade, pois possuem uma relação directa com praticamente todos os piores momentos da nossa existência. 
Ver não é só olhar, é entender e compreender mais do que a simples visão consegue alcançar...
   

19/09/2012

O meu problema?...sou eu!

Culpo os outros. Culpo o destino ou a má fortuna.E quando não tenho mais nada ou ninguém para culpar, simplesmente culpo Deus, que me deu esta triste sorte.
A vida é um processo longo e contínuo de aprendizagem, moral, intelectual e espiritual. E nem todo o caminho é realizado de forma fácil e expedita. E quem tiver um nível de consciência mais elevado de si mesmo e do mundo que o rodeia, facilmente chegará à conclusão que nada terá a culpar os outros daquilo que é ou acontece na sua vida. 
Por meio da Lei da Causa-Efeito, todos os nossos pensamentos e respectivas acções são passadas para o plano da real vivência e assim, vão completando aquilo que é a estrutura da nossa existência como seres humanos, seja esta boa ou menos boa. Tudo o que fazemos a nós retorna, mais tarde ou mais cedo, sob diferentes formas e aspectos. Na verdade, como não estamos sós no mundo, as nossas interacções com ele vão acumulando diariamente uma balança de débitos e créditos, conforme as nossas acções. 
Culpar outrem é fácil. Sempre é a forma mais consoladora ao espírito atormentado pelo peso da sua consciência, que lhe permite aliviar a condenação própria. Podemos fugir, mas nunca nos poderemos esconder do que realmente somos e fazemos. A nossa consciência terá o seu momento em que nos fará vergar a existência sob o peso da culpa e do remorso. Mas a vida é um caminho longo e extenso, onde o tempo inexistente, nos permite acertar os nossos passos, onde cada um tem sempre a oportunidade de rectificar um passado menos conciliador e mais penosos para si. Desde que cada um o deseje, a culpa dentro de si, não a irreal culpa atribuída a outrem, pode sempre ser perdoada e com acções rectificadoras. Ninguém deve de ficar entregue à desgraça de si mesmo. Deus nunca abandona nenhum filho seu...porque nos abandonaríamos a nós mesmos?

17/09/2012

A riqueza

Será realmente a riqueza material sinónimo de felicidade?

Reina grande ilusão no espírito do Homem, quando este acredita que na riqueza advinda dos bens materiais, encontra elevados níveis de felicidade. 
Na verdade, é preciso não esquecer que tanto a pobreza como a riqueza, são grandes provas e desafios que são colocados ao Homem, pois se na pobreza pode experimentar as amarguras da insuficiência, do desespero e da revolta, na riqueza por via do abuso dos bens materiais à sua disposição, se esquece de muitos dos valores da vida e dos reais objectivos da sua existência. Toda a riqueza material, é efémera e revestida de pouca importância em termos do que realmente é a riqueza do Homem.
Julgar o homem pela aparência, pelos valores e bens materiais que possui, faz parte do tipo de análise que grande maioria das pessoas faz. Através dessa superficial análise, muitos sofrem as amarguras de se julgarem inferiores de alguma forma e levando muitas vezes a pensamentos e sentimentos de inveja ou orgulho ferido. 
Todos um dia verão a realidade da riqueza que mais importa ao Homem, mais tarde ou mais cedo. E não será sem dúvida a riqueza material que poderá aforrar a felicidade que nunca realmente possuíram. 
A riqueza do Homem está no mais intimo de si mesmo, no seu coração. Está nas suas atitudes e acções em relação a si próprio e aos outros, na aquisição de méritos morais e sobretudo na colheita das boas sementeiras que deve de fazer ao longo da vida. A humanidade sofre pela riqueza material, uns pelo que possuem outros pelo que não possuem, tornando prisioneiros todos quanto a veneram. 
É fundamental ao Homem preservar-se da avareza, da ganância, do orgulho e do egoísmo, pois seja qual for a situação material em que cada um se encontre, nada na sua vida depende realmente do que aquilo que possui.
A verdadeira riqueza do Homem está bem distante da riqueza material que possa possuir....

29/08/2012

O valor da vida

Muitos são os momentos em que nos sentimos sós, abandonados, desiludidos, enraivecidos, perdidos no turbilhão de pensamentos tenebrosos que nos esgotam a alegria de viver. Momentos que nos secam interiormente, que nos retiram a lógica da razão e do coração, em que a única solução é o desejar desaparecer do mundo. Mas será que é mesmo assim?
Será o suicídio a instância ultima maior que nos "libertará" dos tormentos do sofrimento do momento?
Será a vida tão cruel que até Deus nos abandonou?
Afinal, que valor tem para mim uma vida? A minha vida?
A espiritualidade mostra-nos e demonstra-nos a existência do espírito, continuamente ao longo do tempo, numa existência intemporal. Se o espírito é eterno, como poderemos nós acabar com ele?
Não é possível isso, pois só a Deus é permitido tirar o que nos foi dado e nós nem da nossa vida somos donos. A única coisa que temos é uma oportunidade de viver e uma condição excepcional dada por Deus que é o livre-arbítrio, o direito de escolha. Acabar com a sua própria vida ou dos outros, é violar um pilar fundamental da nossa existência e das leis de Deus. 
Agarrar-se à vida que nos foi concedida, ter fé e esperança, pois Deus nunca abandona os seus filhos em circunstância alguma. As provas e provações de hoje, são os pilares das alegrias de amanhã, pois é nas provas que nós evoluímos e crescemos a vários níveis da nossa existência. Na vida, nenhum momento está perdido, nenhum acto fica sem resposta, nenhuma acção fica sem reacção. Tudo o que fizermos para nós, em prol do nosso bem é sementeira para um futuro melhor e mais feliz. 
Nunca estamos sós, nunca estamos abandonados, pois se uns amigos fogem, outros amigos que a vista não alcança estarão sempre connosco e não nos deixarão nunca cair em vão.
Haja fé, haja perseverança, pois tudo tem uma recompensa.

23/08/2012

Reencarnação

A existência e condição do Ser humano como um Ser espiritual, é desde os tempos mais remotos uma condição perfeitamente aceite e demonstrada. O paradigma materialista que que somente o que se vê se encontra no campo da realidade, deixou há muito de ser verdade absoluta. Diversas religiões e doutrinas, estudaram esta temática com dados datados de 5.000 anos AC. Desde os Egípcios, Hindus, Gregos, Budistas, Cristãos, os jainistas, etc... este tema existe em todas as civilizações na história, mais ou menos estudado e aprofundado.
No sentido de dotar de bases científicas esta "teoria", o Dr. Ian Stevenson (Univ. Virgínia - USA) recolheu dados sobre mais de 2.000 casos em todo o mundo que evidenciaram os aspectos relativos à reencarnação. Em termos práticos, situações como fobias, depressões, talentos precoces, influências comportamentais, etc... são o resultado de vidas passadas
O propósito da reencarnação, é o seu auto aperfeiçoamento e anulação do seu Karma do Ser humano. Isto é, desde o nosso nascimento como Ser Espiritual, ignorante, encetamos um caminho longo de aperfeiçoamento contínuo que nos levará um instância final, à perfeição a vários níveis: moral, intelectual e espiritual. 
Espiritualmente, somos o que somos na condição de seres encarnados e um dos propósitos máximos da nossa condição é a evolução, a nossa evolução numa perspectiva global.
Uma nova "vida", isto é, uma nova existência corporal serve para nos aperfeiçoarmos e limpar erros passados, que não nos são claros e conhecidos à partida, pois as coisas vão nos sendo clarificadas à medida que vamos evoluindo e crescendo espiritualmente. Não devemos de esquecer que tudo na nossa vida tem um propósito bem claro, que infelizmente nem sempre o entendemos e compreendemos da melhor forma, na sua essência. Tudo o que fazemos em consciência do Bem e do Amor por nós e pelo Próximo é parte integrante do processo de evolução que estamos a viver continuamente. 
Quem julga que só possui uma vida, esta vida... está enganado. 

Se Deus possui todas as qualidades que lhe são atribuídas, se somos todos filhos de Deus (independentemente do nome que lhe possamos atribuir), porque não somos todos iguais e temos todos as mesmas oportunidades quando nascemos? 
Se só temos "direito" a uma vida, que mal fez o deficiente, o retardado mental, o pobre, o desgraçado,...? 
Porque Deus nos diferenciaria dando tanto ao rico, ao atleta e artista famoso, a quem se permite uma vida tão desafogada, ... ?

A vida é uma aprendizagem, e é no passado que encontramos as respostas do presente. E é no presente que construímos as alegrias do futuro.



10/08/2012

Libertar-se do Passado negativo

Ao longo da vida, vamos-nos deparando com inúmeros desafios mais ou menos difíceis e dentre os muitos que nos são reservados, existe um particularmente difícil para a grande maioria das pessoas: libertar-se do seu passado negativo.
Traumas, frustrações, ideais não concretizados, decepções, etc... um rol interminável de acontecimentos que gostaríamos de "apagar" ou de voltar a repetir para corrigir o que foi feito de forma errada. Tanto o que fizemos erradamente, como o que outros nos fizeram, deixam sem qualquer dúvida uma série de marcas mais ou menos profundas na nossa consciência. O maior desafio é conseguir libertar-se dessas marcas, retomando um caminho de liberdade plena e mais "leve". Não é fácil este desafio....sobretudo no que respeita ao que de mau outros nos fizeram. É certo que o que está no passado deve de ficar no passado, no entanto é no passado que alimentamos muito o momento presente. Se no passado está e permanece o que nos magoou, é no momento presente que esse sofrimento é vivido. Não basta esquecer, ou deixar o escoar do tempo apagar as marcas do passado sofrido, é preciso bem mais do que isso. É preciso ter consciência do passado e perdoar do fundo do coração quem nos magoou. E mais uma vez, este é um desafio difícil para os corações ainda que pouco orgulhosos. as marcas da nossa condição humana nem sempre aliviam o peso do sofrimento passado através do perdão...
É difícil amar, pois até o amor trás sofrimento e nos desejamos fugir ao sofrimento, pois nele não encontramos lição nem felicidade. Mas na verdade, é no sofrimento que encontramos o amor e as lições necessárias para levar ao perdão e à razão do coração. Reparar o passado é impossível, por isso é necessário abrir suficientemente o coração para reparar o presente...e isso é muito difícil, sobretudo para quem tem, nem que seja um pouco, de orgulho. 
O tempo não apaga as marcas do passado...somente o amor e o perdão verdadeiro o conseguem fazer. Será que conseguiremos alguma vez perdoar?


06/08/2012

Consciência no arrependimento

Arrepender-se faz parte de um processo de grande análise interior, com forte base em estrutura de crenças, fé e conhecimento maior que se possui da vida e de si mesmo. Arrepender-se, é sinónimo de grande lucidez moral e tomada de consciência de um papel que todos temos no universo: a convivência sã entre todos e sobretudo connosco.
Ter consciência, é por si um trabalho muito grande ao nível do Eu Interior, de um amadurecimento da razão e da emoção, mas sobretudo, de uma maior elevação da nossa condição, perspectivando a vida de um plano superior.
Somente quando a consciência desperta, nos é possível efectuar uma avaliação mais assertiva sobre o que fizemos de mal ou de bem. Mas ter consciência no arrependimento não chega, pois ainda estar a tratar-se de um acto de grande elevação de carácter, é necessário proceder a uma rectificação do mal praticado. O arrependimento ilumina a consciência e a reparação é a consciência do dever em acção.
Ninguém se pode elevar e evoluir se não tiver consciência de si e dos seus actos, e quem não  se arrepende, permanece num estado primitivo de consciência adormecida. O arrependimento faz parte da condição humana e é necessário. Necessário também é olhar para o passado, retirar ilações e aprender com as experiências de vida, entender que nem tudo o que fizemos foi correcto e que de alguma forma temos a obrigação moral de reparar o que foi feito, praticando acções de bem e amor ao próximo. 
Passamos uma vida a acumular erros e derrotas, regozija-mo-nos nas vitórias, mas é fundamental ter consciência do que somos, fruto do que fomos e reparar o Karma passado...
De outra forma, o caminho continuará a ser difícil...cada vez mais difícil.

03/08/2012

O peso do Karma

O Karma ou Carma, é uma designação de cariz teosófico que resume as acções do Homem segundo a Lei da Causa e Efeito, isto é, o sentido bom ou mau das acções praticadas terão consequentemente um efeito proporcional. A física possui uma lei que exprime os mesmos termos; "Para toda a acção existe uma reacção de força equivalente em sentido contrário".
Independentemente de acreditarmos ou não nestas questões, é inegável o facto de que não existe nenhuma acção que pratiquemos que não tenha em seu devido tempo o retorno efectivo de uma reacção proporcional contrária ou não, conforme a essência da acção por nós praticada.
Acções de bem, originam em proporcionalidade directa outras acções de bem. O contrário também é verdade e absoluto, por norma. Muitas pessoas esquecem-se que a sua convivência em sociedade e na natureza, estão constantemente em interacções com tudo quanto as rodeia e até mesmo a inacção também produz efeitos práticos a termo. 
Neste sentido, para quem possui uma consciência maior de si mesmo e do universo que o rodeia, torna-se imperativo limpar ou extinguir o Karma negativo, pois enquanto isso não for feito, a si retorna os efeitos das acções praticadas, seja no passado recente ou mais longínquo. Noutra perspectiva, sabendo que o destino a nós pertence, conseguimos no presente ter uma breve noção do que será o nosso futuro, bastando para tal analisar as nossas acções conscientes no passado. E isto é um facto, não fruto de uma qualquer conjectura espiritualista ou religiosa
Existem dois tipos de Karma: um que somente depende de nós no presente e o outro que vem de trás e nada podemos fazer para o alterar. Neste sentido, devemos de tomar consciência e maior preocupação com o presente, com as atitudes e pensamentos do presente, pois é este o momento de construção do Karma futuro. Tenhamos consciência disso.


"A sementeira é livre, mas a colheita é obrigatória"


02/08/2012

Ver mais além...

"Não temo o Amanhã, pois já vi o Passado e adoro o Presente"  

Esta frase de William White, deve de traduzir em pleno o maior dos sentimentos que o ser humano deveria de carregar consigo no presente: o amor pelo momento actual, vivido com a maior felicidade possível, não iludindo o futuro e aprendendo do passado.
Dificilmente nós conseguimos olhar mais à frente, na direcção do futuro, que tanto desejamos saber e conhecer, se o nosso coração não estiver mais aberto na compreensão da nossa real essência e missão de vida. É fundamental entender o momento presente para nos podermos projectar no futuro. Quem abre o seu coração e mente ao Amor próprio e ao amor ao próximo, consegue alcançar grandes feitos em prol do seu desenvolvimento pessoal, mas também uma maior facilidade em se projectar no futuro próximo, pois a visão que se tem da vida deixa de se resumir à esfera material e passa para os domínios da espiritualidade mais ampla. A vida não tem sentido quando vivida isoladamente, e também tanto o passado, como o presente e o futuro carecem de uma vivência na comunhão na sociedade plural e de uma maior elevação ao nível dos valores de cada um. 
De facto, é possível vermos mais além, no entanto para tal é necessário abrir os olhos não físicos, cujas limitações ainda são muitas, mas antes os "olhos" do coração. Estes sim, possuem um bem maior campo de visão e conseguem ver bem mais além. Duas pessoas conseguem unir-se uma à outra, mesmo à distância, se os seus corações estiverem também eles unidos. Ver mais além não está ao alcance de todos, mas a todos é permitido se tal o desejarem.  
A elevação moral trás uma nova visão da vida...em todos os seus momentos.

24/07/2012

A mão no ombro

"Todo homem tem um momento especial na sua vida quando lhe batem no ombro e lhe oferecem a oportunidade de fazer algo muito especial, ajustado ao seu talento, e sem igual para ele. Que tragédia se esse momento o encontra desprevenido ou não qualificado para o trabalho que seria a sua grande obra." (Winston Churchill)

Viver em sociedade faz parte da condição humana, mas infelizmente as sociedades modernas evoluíram no sentido de uma constante competitividade entre as pessoas, o que tem trazido elevadas perdas morais para muitos. Neste sentido, não é necessário eventualmente ir muito longe no baú da memória para encontrar momentos de elevada tristeza e frustração pessoal, fruto de uma completa abstracção relativamente a nós e a tudo quanto vamos fazendo na nossa vida, que muito poucas vezes encontra o reconhecimento meritório. 
A verdade nua e crua, é que temos que nos habituar a "vivermos" alguns momentos a sós, pois apesar de estarmos constantemente rodeados de pessoas, a maioria das vezes ninguém nos reconhece valor, o esforço e a dedicação. Em vez de esperamos que alguém nos ponha a sua mão no ombro, temos muitas vezes nós de colocar a nossa, como que um auto reconhecimento pelo que fizemos ou somos. 
Tal como Churchill se expressou com aquela frase alusiva a um eventual momento específico na vida de cada um, também no plano espiritual esta frase encontra o seu espaço. Todos temos a determinado momento a oportunidade de mudar algo em nós e de ultrapassarmos algumas barreiras e desafios. Infelizmente as mudanças interiores são muitas vezes imperceptíveis no exterior e muito menos a quem não possui a visão suficiente para "ler" mais além e ver o que somente o coração consegue ver. Por isso mudar-mo-nos é um desafio grande, pois é um trabalho invisível para muitos e no qual muitas vezes a mão que vai ao nosso ombro é unicamente a nossa. Mas vale a pena...       

14/07/2012

O amigo desconhecido

E se um dia, um desconhecido te oferecer uma flor?

Durante a nossa vida, vamos tendo algumas surpresas no que respeita a novas amizades. Algumas vezes, aparecem-nos pessoas desconhecidas ou amizades pouco exploradas, assim como que do nada, sem estarmos a espera e sem dúvida sem termos qualquer noção da importância daquele encontro ou reencontro. Para muitos são inócuas coincidências.
Na verdade, as coincidências não existem, tudo nas nossas vidas possui uma lógica bem definida e objectiva, que obviamente, nem sempre é completamente entendida e compreendida por nós, mas no decorrer do tempo muito vai tomando o rumo do sentido que as coisas tiveram, quais as suas causas e respectivas consequências. 
Aos nossos olhos, um desconhecido é um desconhecido, mas de outro ponto de vista isso não é necessariamente verdade. Alguém que não conhecíamos nesta existência, é muitas vezes companheiro e amigo de longa data, alguém com quem partilhámos muito no rumo da nossa evolução. Muitas são as vezes em que estarmos e conversarmos com alguém, desconhecido até aquele momento, não conseguimos deixar de experimentar sentimentos estranhos e dúbios, tais como se aquela pessoa nos fosse tão familiar como a nossa família consanguínea. Estes fenómenos tão recorrentes durante a nossa vida, expressam em si grande significado ao nível da nossa verdadeira dimensão como seres espirituais na condição de encarnados no presente momento.
Tirando os aspectos relativos à atracção física, existem vários níveis de atractividade entre seres humanos que nos levam por vezes a grandes mudanças de rumo nas nossas vidas, umas vezes para melhor outras vezes nem tanto, pois todos interagimos uns com os outros e conforme o nível de adiantamento de cada um, assim influenciamos os outros.
Todos os encontros e desencontros, possuem um significando profundo e uma razão de ser que somente serve para nos ajudar, ainda que no momento não sejamos capazes de entender a plenitude da situação. A seu tempo, tudo fica esclarecido.... 



28/06/2012

Solto uma lágrima....

"No rosto cansado, um olhar vazio emerge, vasculhando o horizonte procurando algo desconhecido ou desejado. Uma lágrima solta-se...cai no abismo de uma tristeza marcada"

Porque não possuem as lágrimas uma cor? 
Uma lágrima é da cor de um brilhante ou diamante, pois é preciosa. Demasiadamente preciosa. Deus deu-lhe a cor  de um diamante porque é através das lágrimas que muito nos aproximamos d'Ele, porque as lágrimas têm origem no mais profundo do ser humano, seja ele rico ou pobre. Aos olhos de Deus somos todos iguais e uma lágrima solta significa a aceitação da nossa condição de seres humanos fracos e impotentes para conseguir dominar o nosso próprio mundo. As lágrimas são soltas porque a Alma sofre ou sofreu, porque o espírito resignou-se perante a sua verdadeira natureza e essência, momentaneamente desprovida de orgulho, ego ou vaidade. O sofrimento por uma causa, é a dor do espírito perante a sua incapacidade de lidar com as dificuldades que a vida lhe apresentou. As lágrimas escondem-se muitas vezes dos olhares, pois são a demonstração de uma fraqueza. No entanto que mal tem, aceitar-mo-nos tal como somos ou que somos impotentes perante perante tantos desafios que a vida nos trás?
Não solto a minha lágrima por vergonha. Não a partilho com ninguém, pois não quero que saibam que afinal não sou tão forte como aparento ser. Vivo na ilusão das aparências...e por isso não solto a minha lágrima ao mundo. 
Até no Amor encontramos espaço para soltar uma lágrima, pois até no Amor sofremos o peso  da incompreensão e da desilusão, sobretudo quando não nos amamos a nós próprios em primeiro lugar. A vida somos nós, e as lágrimas que soltarmos por nós serão por não conseguirmos ser mais nós mesmos e desejarmos constantemente sermos "os outros" que não somos. Solto uma lágrima....mas por quem? Por ti ou por mim?

Uma lágrima é preciosa, pois não se deve soltá-la em vão, por nada que não valha a pena acalentar o sofrimento do espírito. Pois é também através das lágrimas que o espírito evolui e caminha rumo aos seus objectivos. 


21/06/2012

A incompreensão

A incompreensão, pode ser definida como um jogo em que o homem e a felicidade jogam às escondidas. 
A tristeza, ou talvez a frustração, quando se carregam sentimentos de incompreensão dentro de si, torna-se em determinados momentos um fardo pesado de carregar. A solidão de pensamentos, a fraqueza de um coração agredido, uma auto estima tocada de alguma forma...e na grande maioria das vezes um ego rebaixado, navegando numa espiral de melancolia e revolta, torna-nos mais fracos. O ser humano dificilmente aceita a negação, pois interiorizou desde a mais tenra idade, que só através da  aceitação o pode tornar um ser feliz e realizado. A incompreensão acaba por ser uma arma letal, pois carrega em si uma enorme carga psicológica negativa capaz de derrubar qualquer ser humano, por muito forte que ele demonstre ser. Quando o fruto das nossas "sementeiras" não colhe a compreensão devida, torna-se muitas vezes difícil de lidar com o manancial de sentimentos que nos invadem, que no fundo acabam por serem congregados num único: a incompreensão.
Muitas das obras realizadas pelo homem, acabam na maioria dos casos por serem somente analisadas ou vistas nas suas camadas superficiais, não no seu todo ou na sua essência fundamental. Esta análise superficial, torna o artista um ser incompreendido, não só talvez porque escolheu um meio errado de se comunicar, como por outro lado acaba por ver analisada a sua obra por quem não possui créditos para o fazer, nem a visão ampla e necessária para ver para lá do superficial e do óbvio. Em termos psicológicos, um ser humano incompreendido torna-o menos racional, mais emotivo, levando a uma perda temporária de discernimento relativamente à verdadeira essência humana e ao ferimento do seu ego. Um ego ferido responde de uma forma de auto protecção, isto é, procura o mais possível elevar-se e em muitos casos exacerbar a sua importância e levar o individuo a julgar-se demasiado importante face à realidade. É preciso algum cuidado tanto na análise externa como na auto análise a este tipo de estado de espírito....

  

16/06/2012

A Solidão

O ser humano é em si um ser plural que necessita de relacionamentos como forma de afirmação da sua condição humana e pessoal. A falta de relacionamentos, fruto da estrutura psicológica de cada um e também do carácter impessoal e competitivo das nossas sociedades, leva a que muitas pessoas, sobretudo as mais tímidas e introvertidas, caiam numa espiral de solidão e desequilíbrios emocionais graves e perturbadores.
A solidão não é uma condição por si só, mas sim um estado de espírito, cuja essência necessita de ser entendida e compreendida. Para lá de todos os aspectos relativos à condição familiar que pode levar alguém a se encontrar num estado de solidão, este será sempre um estado temporário e nuca permanente,  pois é necessário não esquecer que a estar fisicamente só, não é a mesma coisa que estar abandonado ou num estado de solidão ad eternum. Nunca estamos verdadeiramente sós, seja na condição física ou espiritual, estamos constantemente acompanhados apesar de não o sabermos.
Um dos aspectos fundamentais para quem se acha só, é perguntar-se a si mesmo porque está só? 
Será por um comportamento nosso anti-social, por sermos demasiado tímidos e introvertidos, porque a nossa auto-estima está debilitada, por termos deixado de acreditar em nós mesmos, porque realmente a sociedade nos abandonou?
Muitas pessoas se acham solitárias só mesmo porque elas próprias procuram essa condição, afastando-se dos outros, isolando-se não só da sociedade como também de elas próprias. 
A solidão não existe, somente se encontra no nosso estado mental e emocional. Por muito isolado que se possa viver, existem inúmeras formas de não se viver de forma isolada e solitária, seja pela tecnologia ao nosso dispor, como também através da vivência num estado de espírito mais elevado. É de acreditar, que a grande maioria das pessoas solitárias só o são porque assim pretendem estar. Não só porque não procuram a companhia dos outros, como também fecham o seu coração e mente ao elemento espiritual sempre presente nas suas vidas. Nomeadamente a Deus. 

12/06/2012

Só, no meio do oceano

"Abro e fecho os olhos, lentamente. Estou no meio do que me parece um oceano, não vejo terra firme. Só água...muita água. Remo contra a maré, ou talvez não. Talvez esteja a remar a favor do vento e das correntes...não sei, não consigo avaliar. Por momentos paro de remar. Perscruto o horizonte à procura de um farol, de um pouco de terra firme onde possa acostar. Onde possa descansar tranquilamente. Vejo algo lá no fundo, não sei se é miragem ou realidade. Sinto a estranheza da visão, tal como me sinto na minha vida...que desconheço a minha realidade. 
Para tentar encontrar-me comigo mesmo, encetei a viagem ao meu interior mais profundo. Procuro o meu farol, a minha terra prometida. Mas ainda que reme, e reme com muita força e determinação, continuo no meio do oceano, talvez não tanto perdido, mas ainda longe de me encontrar. Aqui, não vejo as coisas nas quais depositava felicidade, não vejo as pessoas que amei e amo. Sinto-me só na jornada. Entendo agora que a vida está muito além do que imaginava, recordo-me de quem amei e me amou verdadeiramente. Consigo entender que o meu esforço esteve sempre mal direccionado, pois corri a minha vida atrás de uma felicidade que nunca encontrei nas futilidades materiais do mundo. Sinto agora alento, uma alegria que não consigo explicar. Continuo só a remar, sem saber ainda qual o meu destino. O sol brilha no horizonte, enche-me de energia. Talvez seja este o meu farol! Penso eu.
Sinto que estou prestes a fechar os olhos, o cansaço apoderou-se de mim. Sinto a vida a querer fugir de mim...olho mais uma vez à minha volta e continuo sem nada ver. Pergunto-me, porque será que a minha vida, ou melhor, este oceano está tão vazio? Para que remei tanto? Porque me encontro e sinto tão só agora? 
Num último pensamento, sinto que devia de ter amado mais, deveria ter-me preocupado menos comigo e mais com os outros, sinto que vivi mal a minha vida...agora, estou só no meio deste oceano."  

10/06/2012

Os amigos...

Um dia, Confúcio expressou o seguinte pensamento: 
"Para conhecermos os amigos, é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a qualidade".

Esta frase possui em si um grande valor de verdade e remete-nos para uma questão deveras pertinente: Qual o verdadeiro valor de uma amizade?

Durante a nossa vida, desde a mais tenra idade, inúmeras pessoas se cruzam no nosso caminho, influenciando-nos sempre com maior ou menor relevância. Desde a encontros fortuitos aos maiores acontecimentos, nunca uma pessoa passa por nós sem deixar a mínima marca da sua presença, seja por um gesto ou um olhar, ficamos sempre com uma marca positiva ou negativa desse momento. 
No que respeita às amizades, tal como expressou Confúcio, o importante é saber quem são os nossos amigos nos momentos mais marcantes da nossa vida e tão mais importante nos momentos menos felizes. A partilha de uma vida não pode ser feita em vão, sem um retorno efectivo de amizade e amor. O valor de uma amizade não pode ser medido objectivamente, seja por um qualquer instrumento ou de forma monetária. O valor de uma amizade é empírico e medido no campo dos valores da emocionalidade e moralidade.
Não importa a quantidade de pessoas que conhecemos e menos importa quem entra e saí das nossas vidas. O que realmente importa é quem entrou e ficou, quem num instante transformou a nossa vida de uma forma positiva e nos influenciou num qualquer caminho que nos consegue preencher de felicidade e alegria. A amizade não se vê e também não precisamos de constantemente ver os nossos amigos, somente precisamos de saber que quando precisamos temo-los junto de nós. Nada nas nossas vidas acontece por acaso, tudo tem um propósito definido, ainda que este nos possa ser desconhecido no momento presente. Tanto as pessoas boas como as que consideramos menos boas, todas elas têm um papel relevante a desempenhar na nossa jornada da vida. E essa função é testar-nos, por-nos à prova, mostrar-nos que caminhos queremos para as nossas vidas. No fundo, podemos facilmente comparar os amigos aos sinais de trânsito, que vão desde a proibição, ao perigo, à obrigatoriedade até à simples informação. Sem dúvida que se os respeitarmos, chegaremos em segurança e felizes ao nosso destino....

08/06/2012

Na procura do Amor

A vida, quando vivida numa perspectiva materialista, acaba por ser uma epopeia na busca de algo por vezes tão difícil de encontrar: o Amor.
Desde o momento em que abrimos os olhos para o mundo, inicia-se uma luta por vezes feroz e desigual com um único propósito: sermos amados. 
Porque é tão importante para nós sermos amados?
A resposta apesar de complexa, reside num factor único alicerçado à nossa existência física, isto é, sozinhos não somos nada, nem nunca conseguiremos atingir a plenitude da felicidade existencial. Partilhar vidas, momentos, alegrias e tristezas, são os desígnios maiores que Deus deu ao homem para poder evoluir a vários níveis, sejam estes: na inteligência, na emocionalidade, na moralidade e na espiritualidade. Precisamos de alguém ao nosso lado para nos acompanhar na jornada da vida, alguém que nos ajude, ampare, proteja, eduque, chore e sorria connosco. Alguém que nos transforme momentos e pedaços da nossa vida. O Amor é isto e muito mais, é darmos de nós, é recebermos de quem se preocupa connosco, é tomar consciência do nosso papel, nunca isolado, neste mundo, neste momento presente. Amar é também sofrer, pois nem sempre o Amor é correspondido com Amor. Mas quem ama do fundo do coração, encontra sempre o alento, a força e a coragem para continuar a amar mesmo quando esse amor não é reconhecido e vivido. Amar é partilhar e encorajar à partilha. Amar é dar sem esperar receber e quando se receber devolver ainda mais Amor. 
Viver só. Viver no mundo das mordomias materialistas, sem nunca prestar atenção aos pormenores da vida experienciada numa base de Amor, nunca saberá na realidade o verdadeiro significado da felicidade plena. Pois a felicidade não reside no objectivo a atingir, mas sim na jornada a caminho dele, sobretudo quando esta é vivida em harmonia com as leis naturais do Amor.

"O tempo pode apagar a lembrança de um corpo ou de um rosto, mas nunca os das pessoas que souberam fazer de um pequeno instante, um grande momento!"     


07/06/2012

Nascer para morrer, é a Lei

Todos nós nascemos, para morrer...


Associamos a morte ao desaparecimento físico de algo ou alguém, no entanto esquece-mo-nos que todos os dias, milhares de pessoas vão morrendo, de uma forma muito subtil e que nada tem a ver com o aspecto corporal.
Muitos são os moribundos que vagueiam na sua existência física, em que resumem as suas vidas a um fardo, a um sacrifício que por qualquer ordem superior têm de cumprir mas sem saberem exactamente os porquês. Esta paralisia temporal nas suas vidas, deve-se na grande maioria das vezes a uma alma ou a um Eu interior consumido pelo orgulho, pela ignorância, por um Ego exacerbado, por enorme falta de humildade em si mesmo e para com os outros. 
Viver, não é um processo que se resume a nascer, viver e morrer um dia. É muito mais do que isto, é um processo evolutivo de elevada transformação interior, de aprendizagem, de construção de um Ser mais uno e completo, em perfeita harmonia com o seu criador, Deus. 
Nascer, morrer, nascer e voltar a morrer quantas vezes forem necessárias, é uma Lei. É a chamada Lei do Progresso.
As crianças são por norma mais felizes que os adultos, porque não possuem em si todo um conjunto de condicionantes e normas exteriores geradas pelas sociedades, que as inibem de permanecer num estado natural de felicidade. Os adultos não são felizes porque não o querem ser. Para ser feliz, é necessário morrer. Sendo esta uma morte não física, mas sim moral. É necessário romper com todo o conjunto de paradigmas nos quais vamos crescendo e vivendo que não nos permitem ser felizes e ver a vida de uma perspectiva mais elevada. O Homem está destinado à evolução e ao progresso, sobretudo moral, não pela via material como ajuizamos de maior importância à nossa existência. 
A vida só pode ser vivida em plena harmonia com os padrões de felicidade, quando vivida em prol da nossa evolução moral e espiritual. É um trabalho diário, em constante evolução....

05/06/2012

Parar o Tempo

Se pudéssemos parar o nosso tempo (espaço temporal), o que faríamos?

Vivemos diariamente numa incógnita que muito gira em torno do tempo, seja nos domínios do passado, presente ou do futuro. O tempo é para muitos de nós um elemento de sofrimento, pois se o passado foi feliz, o presente é vivido com o receio de um futuro que nem sempre imaginamos assim. Se nos fosse possível, pararíamos o tempo, ou melhor o momento, de algo que nos faz feliz, do qual não quereríamos que acabasse, perpetuando o momento. Achamos que a nossa vida tem poucos momentos de felicidade, por isso imaginamos o quão bom seria poder pará-lo nesses únicos e importantes momentos. Parar o tempo não é mais que um desejo cuja essência se centra no egoísmo e numa falta de visão abrangente das nossas vidas. 
Na realidade, o tempo não existe. O tempo é algo criado unicamente por nós próprios, algo que nos permite definir momentos, melhores ou piores. Atribuímos ao tempo um valor de que ele não possui, nem pode dispor, pois o valor das coisas que mais valorizamos não dependem do tempo em si, nem do que duram ou duraram, mas unicamente na intensidade com que aconteceram ou acontecem. Os momentos inesquecíveis são muitas vezes apontados ao momento em que aconteceram, mas na realidade o importante foi o quão esses momentos nos marcaram.
Quando recordamos algo de bom nas nossas vidas, não deveríamos de olhar para esses momentos no domínio do passado, mas sim com a felicidade que nos trazem para o momento presente. A emoção de uma recordação feliz deve sobretudo fazer-nos acreditar que são esses momentos que nos acalentam a alma para um futuro também ele carregado de felicidade. 
O tempo não conta, o que importa é o que conseguimos fazer com ele que nos preencha de felicidade. Ficar agarrado ao tempo, é perder as boas oportunidades que a vida nos coloca à disposição para evoluirmos no caminho de uma felicidade interior, pois esta é a única que realmente importa....pois o tempo não existe.


02/06/2012

Tristeza do meu Ser

"O olhar está vazio, o pensamento navega ao sabor de um mar em tempestade, não vislumbro um farol, uma luz, algo que me guie. Algo que me reconforte a alma. Sentimentos de tristeza, invadem o meu ser, ofuscam a minha visão, retiram-me energia vital. Sinto-me sofredor. Sinto-se só e abandonado. Solto uma lágrima"

Muitas vezes passamos por momentos onde de uma forma ou de outra senti-mo-nos praticamente invadidos por sentimentos dúbios e de grande tristeza. Sentimos que o mundo está contra nós, que a vida não evolui da forma como ambicionávamos, que lutamos e não conseguimos ver resultados. Questiona-mo-nos o que fizemos de errado, porque nos acontece a nós? 
Na verdade, a vida será sempre uma incógnita permanente aos nossos olhos. Somente conheceremos o passado, porque vivê-mo-lo. O presente ainda assim é misterioso, porque dificilmente conseguimos vivê-lo sem associá-lo ao futuro incerto, que na prática é sempre o momento a seguir ao nosso presente. Vivemos uma permanente condição de sofrimento.
Sofremos porque desconhecemos, porque não conseguimos controlar a nossa vida. Sofremos porque teimosamente continuamos a viver as nossas vidas ou agarrados ao passado, ou amarrados a uma enorme falta de visão mais elevada sobre a vida e a nossa missão na actual. 
As pessoas sofrem porque não se elevam em pensamento, porque não param um pouco para meditar e reflectir, porque não ouvem o seu coração. As pessoas sofrem porque teimam em manter-se fiéis aos defeitos maiores da sua condição humana; egoísmo, orgulho e vaidade. Não aceitam a humilhação de se aceitarem como são, de só possuírem o que possuem, de se amarem a si e aos outros. Ver a vida com outros olhos, numa perspectiva mais elevada seguindo outros padrões, é difícil, exige muito trabalho interior, exige abdicar de si em prol dos outros, exige aceitar a humilhação das sociedades materialistas. Elevar o pensamento, requer aceitar os desígnios maiores de Deus, exige viver hoje pensando no futuro de uma forma mais pro-activa no que respeita à "sementeira" que realizamos. A tristeza é sem dúvida uma ausência de alegria, e a grande questão que nos devemos de colocar é porque não sou ou não me sinto feliz agora?
       

29/05/2012

O mar da Vida

Compara-se a vida a muitas coisas, fazem-se muitas analogias entre a vida e tudo o mais que seja tão incerto e no qual não conseguimos exercer controlo e algum domínio. A vida é sem dúvida isso mesmo. O elemento ínfimo da incerteza, da dúvida, das tristezas e das alegrias. 
Tal como o mar, assim podemos ver a nossa vida. Um vai em vem de ondas, de correntes várias que nos transportam para diversas direcções, umas vezes a calmaria predomina, noutras as tempestades assolam os nossos momentos. Estar sentado à beira praia e admirar o mar, é como admiramos a nossa vida num plano superior. O mesmo mar que nos traz momentos de alegria, também nos remete para momentos de tristeza aquando  nos encontramos envolvidos nas tempestades. A contemplação da vida, com a tomada de consciência do nosso papel nesta existência é como se nos encontrássemos permanentemente no meio do imenso oceano. Ora remamos rumo aos nossos objectivos, na procura da terra firme que nos possa retirar do alcance das tempestades no alto mar, ora rumo ao infinito desconhecido tantas vezes temido.
A vida, tal como o oceano permite escolher todas as direcções, em em todas elas existe um fim, um propósito bem definido que ou vem ter connosco via ventos e marés, ou nós próprios o procuramos remando para lá chegar. As tempestades do mar, da nossa vida, somente nos servem para relembrar a nossa pequenez e incapacidade de controlar tudo à nossa volta. Servem também para tomarmos consciência dos nossas acções e decisões. Navegar à bolina é um modo em que muitos de nós decidiram fazer a sua viagem. Deixar-se levar pelas marés sem nunca entenderem o real propósito da sua vida e da sua viagem nesta vida. Por isso muitos navegadores nunca conseguiram encontrar o seu destino....a sua terra firme.
Admirar a imensidão do mar, é admirar a imensidão da nossa vida. Para viver feliz, é preciso aprender a navegar, entre ventos e marés nem sempre favoráveis. É aproveitar os bons momentos que as marés nos trazem, vivendo o presente, aprendendo com o passado...e olhando para o futuro.

28/05/2012

Um olhar

A felicidade de poder ver o mundo através dos nossos próprios olhos, é sem dúvida, elevada dádiva de Deus. No entanto, nem sempre os nossos olhos vêem o mundo de uma forma global, ampla e objectiva. Este simples facto, leva a que muitos de nós, vejamos a nossa vida, de uma forma completamente diferente e muitas vezes, vermos uma vida que não desejaríamos viver ou ter vivido. 
Olhar para a nossa vida, é um processo muito mais complexo do que julgamos, por isso mesmo é muito natural que olhemos para a vida dos outros com muito mais interesse e afinco. Ver a vida de quem julgamos ser mais feliz que nós, por possuir mais bens materiais ou qualquer outra coisa que ingenuamente invejamos ou somente desejaríamos possuir, é sem dúvida um dos reflexos inequívocos da nossa real incapacidade de ver e olhar para a vida de forma emocionalmente inteligente. 
Muitos de nós viveram ou vivem as suas vidas sem realmente as viverem. Seja pelo facto de de algum modo de sentirem diminuídos por algo que não conseguem entender e compreender, seja porque não conseguem em si mesmos ver a razão e fonte da sua felicidade. É fácil culpar a vida, culpar a fortuna (destino), pelos nossas desilusões e frustrações, mas não aqui que reside a solução da nossa incapacidade.
Olhar para a vida com outros olhos, com olhos de mais Amor, é difícil e inacessível a muitos corações apegados às vicissitudes dos bens materiais. Somente através de um olhar limpo e cheio de amor, é possível gerar inúmeros sentimentos que originam a plena felicidade. É através deste sentimento que conseguimos olhar  para a nossa vida de uma forma mais aberta, mas abrangente e vê-la como um processo evolutivo. Olhar para a vida com os olhos despreocupados de quem nada tem a temer por ser feliz, é olhar para a sua vida com os seus verdadeiros olhos e não através de outros olhos que julgamos melhores que os nossos.
Não podemos viver uma vida, sem realmente vivê-la em felicidade. Não podemos olhar à nossa volta sem realmente ver o que lá existe. Não podemos ser o que não somos, da mesma forma que não podemos ver através dos olhos que não são os nossos. Olhar para nós e para a nossa vida, com a consciência que a razão da nossa felicidade é uma equação matemática tão simples como o somatório das partes, sendo estas revestidas em torno de sentimentos de Amor próprio e ao próximo, só pode resultar na nossa felicidade hoje e a de amanhã. 
Mas acreditem que isto não é fácil....pois os nossos olhos, não conseguem nem "ver" nem "olhar"...